Vamos assentar.

Não há dúvida que o sucedido, mês passado, foi um choque para o Povo Madeirense. Pior, seria tentar disfarçá-lo, assobiando para o lado. E, se o fizéssemos, cairíamos no jogo dos adversários da Autonomia Política.

Passaram cinquenta anos sobre a decisiva conquista da Autonomia.

APÓS SEIS SÉCULOS DE COLONIALISMO de Lisboa, sejamos frontalmente claros.

Para nós, Autonomistas, a descentralização política, cá e em Portugal Continental, reforça a Unidade Nacional porque é construção de um Estado moderno em que a realização e consequente dignificação da Pessoa Humana tem prioridade absoluta sobre as organizações da República.

Porém, à “cultura” política de Lisboa sempre centralista - não confundir a “capital” com resto do País - estes anos de Autonomia trouxeram desconforto, animosidade, desconfiança saloia.

Maneira de ser daquela gente...

Não aceitam - e quem são “eles”?... - o como queremos fazer parte de Portugal.

Não querem que tenhamos governo próprio. Impedem-nos MAIS AUTONOMIA. Não nos permitem uma estratégia que construa um modelo económico-financeiro específico e sólido, base para a consolidação político-económica.

A Autonomia (1976) significou mais Liberdades, porém não tantas como As que temos Direito.

Estarei errado se considerar que a geração política que sucedeu à minha, em vez de prioritar uma política de luta autonómica e de afirmação, fora do território insular, deixou-se atrair e subordinar pelas lutas partidárias manipuladas na parcela da faixa litoral oeste da Península Ibérica?... E que, indo atrás daquela gente, entusiasmaram-se pelo anedotário dos partidos em Lisboa?...

Chegámos aqui.

Ao ponto em que o aparelho de justiça, com os seus estranhos métodos e calendários, mesmo que tal intenção não tivesse, pareceu querer arrasar cinquenta anos de orgulhosa HISTÓRIA E LUTA autonómica.

Mesmo que tal intenção não tivesse. Mas que produziu aproveitamentos extremamente perigosos para o futuro do Povo Madeirense, lá isso causou.

Logo, PARVOS SERÍAMOS SE CAÍSSEMOS NA ESPARRELA!

Claro que os adversários do Povo Madeirense sabem que um dos nossos pontos fracos é nos deixarmos impressionar por quase tudo o que vem parido fora do território insular.

E já estou a ver alguns estragos por aí...

Solução? Temos que sair disto, JÁ!

Com a verticalidade de deixarmos à Justiça fazer o seu trabalho.

É com eles!...

Mas, não nos deixemos amarrar aos danos provocados.

Se à Justiça o que é com a Justiça, então à Política o que é com a Política.

Sem, “mas” nem “ses”!

Os adversários da Autonomia pensam que quebraram o ânimo e o querer do Povo Madeirense.

Por mim, oh criaturas, nem um arranhão!

E vamos lá ter presente o que foram estes 50 anos.

Começando por não esquecer QUEM durante este tempo de cinco décadas, inclusive na Madeira, foi contra nós, defendeu o colonialismo lisboeta. QUEM continua no Governo de Lisboa a destruir Portugal.

O que se passou há poucas semanas, é com a Justiça. E que não podemos deixar ser usado para nos distrair, confundir, abater a Autonomia que tanto tem custado defender.

Mas “eles” julgam que o agora sucedido, finalmente lhes vai permitir cilindrar-nos.

Resposta? O ORGULHO DE SER MADEIRENSE LIVRE não pode ceder.

O pior para o nosso futuro seria “eles” ficarem-se a rir em Lisboa, onde, hoje mesmo, nos creem “desnorteados”.

Sempre atentos e fiscalizantes, vamos deixar à Justiça aqueles que com Esta tiverem de tratar. E toca a enfrentar eleitoralmente quem não nos serve ficar no Governo de Lisboa.

Há poucos meses, um candidato a Secretário-Geral do Partido Socialista, uma figura castiça da ruralidade dos romances de Júlio Dinis, atreveu-se a vir à Madeira dizer: “é preciso pôr travões à Autonomia”!...

E o PS local votou maioritariamente nele!...

NÃO NOS DEIXEMOS VENCER! Começando por substituir o que mediocridade doméstica.

Vamos a votos! Com o entusiasmo de sempre!

Tomar uma posição FORTE, para ficarmos sempre MAIS FORTES para todas as eleições que se sigam.

Fortes para mais estas LUTAS pela Madeira, que são maneiras de ser.

É que, mais uma vez, estamos desafiados pelas forças políticas sempre inimigas das Liberdades a que o Povo Madeirense tem Direito.

E que nos julgam vencidos... vejam só!...

Aos que nos tentaram enganar, dizendo colonialistamente que “a Autonomia não dá de comer”, responde-se: foi a Autonomia que mudou radicalmente as nossas vidas, de há 50 anos para cá. Sim, deu-nos de comer!

Muito mais do que sequer poderíamos sonhar em 1976.

E o caminho é MAIS AUTONOMIA! Aproveitando a nossa força, redobrada pelas provocações de todos estes anos e semanas!

Fica a minha pergunta (desnecessária): AGACHAM-SE, OU DERROTAMO-LOS mais uma vez?

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Agacham-se ou derrotamo-los?

3 0
15.02.2024

Vamos assentar.

Não há dúvida que o sucedido, mês passado, foi um choque para o Povo Madeirense. Pior, seria tentar disfarçá-lo, assobiando para o lado. E, se o fizéssemos, cairíamos no jogo dos adversários da Autonomia Política.

Passaram cinquenta anos sobre a decisiva conquista da Autonomia.

APÓS SEIS SÉCULOS DE COLONIALISMO de Lisboa, sejamos frontalmente claros.

Para nós, Autonomistas, a descentralização política, cá e em Portugal Continental, reforça a Unidade Nacional porque é construção de um Estado moderno em que a realização e consequente dignificação da Pessoa Humana tem prioridade absoluta sobre as organizações da República.

Porém, à “cultura” política de Lisboa sempre centralista - não confundir a “capital” com resto do País - estes anos de Autonomia trouxeram desconforto, animosidade, desconfiança saloia.

Maneira de ser daquela gente...

Não aceitam - e quem são “eles”?... - o como queremos fazer parte de Portugal.

Não querem que tenhamos governo próprio. Impedem-nos MAIS AUTONOMIA. Não nos permitem uma estratégia que construa um modelo económico-financeiro específico e sólido, base para a consolidação político-económica.

A........

© JM Madeira


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