Há uma semana, Marques Mendes elogiou a decisão de Duarte Cordeiro não integrar as listas a estas legislativas. Um elogio envenenado, porque a atribuiu essa escolha à vontade do ministro ver tudo esclarecido, antes de regressar. Ora, Cordeiro não é suspeito e, por isso, nada há, que se saiba, a esclarecer. Se houvesse, ter-se-ia demitido do governo, como teve de fazer João Galamba.
Durante as buscas à sua casa, na espalhafatosa operação Influencer, a sua mulher teve de levar os filhos menores à escola. Para garantir que não havia contactos, foi acompanhada, ela e as crianças, por um polícia, dentro da viatura. A responsabilidade não terá sido dos agentes, mas de um mandato abusivo, tendo em conta o que estava em causa. Que pai está disposto a manter-se na política depois disto? Duarte Cordeiro não quer poupar o PS, que o desejava ter nas listas em lugar bastante destacado. Quer poupar-se a si mesmo e à sua família ao estatuto de suspeito por inerência.
Artigo Exclusivo para subscritores
Subscreva já por apenas 1€ por semana.