1. No anúncio dos resultados das eleições de 10 de março salientou-se o facto de ter descido o número dos abstencionistas. A abstenção situou-se no nível dos 40,16%. O número de eleitores inscritos era de 10.818.226. Abstiveram-se 4.344.437.
Até que ponto o número de abstenções corresponde à realidade é assunto que me não compete averiguar. Pode acontecer de os cadernos eleitorais não estarem atualizados e se ter contado como abstencionistas pessoas que não votaram simplesmente porque tinham falecido.
Sejam quais forem os números, a abstenção de forma alguma pode deixar satisfeito um cidadão consciente. Votar é um direito/dever de todos os que para tal têm capacidade.
Em 09 de junho há eleições para o Parlamento Europeu. Como vai ser o comportamento dos cidadãos eleitores?
2. Porque há cidadãos que não participam nos atos eleitorais?
Por diversos motivos. Nuns casos, porque realmente não podem; noutros, porque não querem.
Há quem não vá à mesa de voto por comodismo. Por falta de consciência cívica. Há quem o não faça como forma de protesto, esquecendo a possibilidade do voto em branco ou nulo.
Pessoas há que não votam porque estão desiludidas com a forma como em alguns casos é exercida a atividade política. Persuadidas de que, uma vez eleitos, há políticos que se esquecem das promessas feitas e ignoram a vontade do povo.
3. Quem se apresenta a sufrágio deve ter uma folha de limpa. Deve ser fiel aos compromissos assumidos. Deve ser homem de um só parecer e de uma só fé, como de si mesmo disse Sá de Miranda. Deve estar animado pelo desejo de servir honestamente a comunidade, considerando execráveis a corrupção e o compadrio. Deve ter o propósito de colocar acima de tudo o bem comum e não a obediência cega a qualquer líder partidário.
Que o servidor da comunidade procure formar bem a própria consciência e agir de harmonia com ela. Evite ser pau mandado seja de quem for, mesmo correndo o risco de ser arrumando na prateleira ou vir a perder o tacho.
A política deve ser entendida como serviço à comunidade e não como frete seja a quem for. Apresentar-se a eleições é ter o propósito de servir e não o de se aproveitar, servindo-se ou servindo os seus.
É desastroso converter o que deve ser a nobre arte da política em refúgio de habilidosos oportunistas.
O bem comum exige sejamos servidos por pessoas de conduta exemplar, que se não considerem donas da verdade toda, tenham consciência das suas limitações e uma boa capacidade de diálogo. Pessoas que fraternalmente nos estendam a mão e não nos enfrentem com o ar violento do punho cerrado.
Que o verdadeiro servidor do povo se liberte de espartilhos ideológicos e trate cada um como ser igual e diferente que é.
4. A minha reflexão de hoje é provocada pelo abstencionismo. É convite a que exerçamos o direito/dever de participar, conscientemente, na vida da comunidade.
Tal participação não termina com o boletim de voto, dobrado em quatro, introduzido na urna. É dever do cidadão acompanhar a forma como os eleitos cumprem o programa com que se apresentaram a sufrágio. Ver que uso fazem do poder que lhes foi confiado, quer no governo quer na oposição, que se pretende construtiva e não derrotista. Estar atento à forma como legislam, sobre que legislam, com que resultados, com vantagens para quem. Acompanhar a vida da comunidade. Marcar presença nas assembleias de freguesia e nas assembleias municipais. Procurar que os assuntos de interesse para a comunidade sejam tratados através de debates civilizados. Que se não confunda o direito de discordar com a liberdade para o insulto.
Compete ao cidadão usar o direito de intervenção. Servindo-se dos meios postos ao seu alcance tem o direito/dever de se informar, expor as suas opiniões, exercer uma crítica construtiva, aplaudir e repudiar tudo o que disso for merecedor.
O direito/dever de participar
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19.04.2024
1. No anúncio dos resultados das eleições de 10 de março salientou-se o facto de ter descido o número dos abstencionistas. A abstenção situou-se no nível dos 40,16%. O número de eleitores inscritos era de 10.818.226. Abstiveram-se 4.344.437.
Até que ponto o número de abstenções corresponde à realidade é assunto que me não compete averiguar. Pode acontecer de os cadernos eleitorais não estarem atualizados e se ter contado como abstencionistas pessoas que não votaram simplesmente porque tinham falecido.
Sejam quais forem os números, a abstenção de forma alguma pode deixar satisfeito um cidadão consciente. Votar é um direito/dever de todos os que para tal têm capacidade.
Em 09 de junho há eleições para o Parlamento Europeu. Como vai ser o comportamento dos cidadãos eleitores?
2. Porque há cidadãos que não participam nos atos eleitorais?
Por diversos motivos. Nuns casos, porque realmente não podem; noutros, porque não........
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