I – De esperança renovada, “cueiros” novos, rabinho enxuto e atitude distinta da do anterior, é como se espera venha a ser o novato 2024. Que nos prometa trazer, através do voto popular ou em arranjo parlamentar, um outro Governo para Portugal. Desta vez bem menos trapalhão do que aquele que tivemos em 2023. Ao ponto de promover nos seus elementos o estadismo, a seriedade e a competência. Já que como lá dizia o nosso Eça de Queiroz: “os políticos são como as fraldadas, devem ser mudados amiúde”.

Mormente, uma nova equipa governamental bem mais competente do que daquela que vinha gerindo o país, cujos “cueiros” ministeriais quase o empestavam de odor nauseabundo, caso não fossem trocados. Daí, a premente vinda de outra. Só que neste sonolento reino a preguiça é tanta de reformar o que está gasto e sujo que não se vislumbra, no atual rol de políticos, gente capaz de uma limpeza.

No entanto, vaticina-se que este início de ano também venha a ser algo malcheiroso, em termos de lavar roupa suja, durante a campanha com vista ao ato eleitoral a realizar no próximo 10 de Marco. Tanta é a porcaria entranhada nos partidos políticos da nossa, já, cinquentona democracia.

Porém, aquilo que é preciso é que o novato ano se não deixe contaminar pelo aroma das recentes escórias de escabrosas negociatas. E que as nossas autoridades judiciais investiguem, julguem e, se for caso disso, punam os autores de tal sujeira.

Mas, como daqui até ao escrutínio nas urnas muita água irá correr por debaixo das pontes, falemos daquilo que espero nos traga o jovenzinho nos seus 12 meses de vida: a esperança de melhores dias, sobretudo para quem sente na pele as agruras da vida; mais e melhor proteção social aos vulneráveis e pobres.

Sobretudo, melhore o atendimento na dor aos que sofrem por falta de saúde e que esbarram num SNS à base de cunhas; redobrada atenção aos sem-abrigo e que, sem eira-nem-beira, passam fome e dormem ao relento; paz e empenho entre o Ministério da Educação, professores e estudantes; mais agilidade no acesso dos cidadãos à Justiça, cujo direito a Constituição lhes confere, etc.

II – Já este segundo ato que aqui trago, prende-se com a celebração do presente dia, o qual me trazer à memória os tempos mais remotos da sua origem. Uma mudança de ciclo que se repete a cada 1 de janeiro. O que nem sempre foi assim, mas segundo a simbologia da cada diferente crença religiosa e localização gráfica. O que faz com que o seu festejar se verifique em períodos diferentes nalguns países.

Com efeito, em tempos bíblicos, o 1.º dia do mês de cada ano costumava ser celebrado pelos babilónicos no surgimento da lua nova. Altura, essa, que marcava o início da primavera em que os dias e as noites tinham a mesma duração. Passando a data a comemorar-se, salvo erro, em 19 de março. Exatamente a mesma usada hoje pelos esotéricos. Já para os egípcios, persas e fenícios a primavera chegava depois, segundo aos seus calendários, em 23 de março e com ela o Ano Novo.

A comemoração do Novo Ano, a 1 de janeiro, começou com a ascensão do Império romano e a implantação do calendário juliano, em homenagem a Júlio César, imperador de Roma. Sendo esta mesma data usada pelo povo romano nos festejos consagrados ao deus Janus (derivado de Lanuarius, que significa janeiro em latim) e era o primeiro mês do calendário romano. Pois para eles, Janus era o deus das transições, o que significava porta com duas caras: de fim e de começo.

Com a queda do Império romano, no século V, a Igreja Católica ganhou não só poder, como notoriedade e estabeleceu o 1 de janeiro como data pagã. Somente no século XVI, introduziu o calendário gregoriano para os países católicos restabelecendo, de vez, esse dia como de Ano Novo.

No presente a data não só se mantém, como os seus festejos são adornados com as mais variadas extravagâncias em, quase, todo o mundo. Com a formulação da concretização dos anseios de cada um, de muita saúde e paz no mundo.

Feliz Ano Novo

QOSHE - “Ano Novo” em dois atos - Narciso Mendes
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“Ano Novo” em dois atos

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02.01.2024

I – De esperança renovada, “cueiros” novos, rabinho enxuto e atitude distinta da do anterior, é como se espera venha a ser o novato 2024. Que nos prometa trazer, através do voto popular ou em arranjo parlamentar, um outro Governo para Portugal. Desta vez bem menos trapalhão do que aquele que tivemos em 2023. Ao ponto de promover nos seus elementos o estadismo, a seriedade e a competência. Já que como lá dizia o nosso Eça de Queiroz: “os políticos são como as fraldadas, devem ser mudados amiúde”.

Mormente, uma nova equipa governamental bem mais competente do que daquela que vinha gerindo o país, cujos “cueiros” ministeriais quase o empestavam de odor nauseabundo, caso não fossem trocados. Daí, a premente vinda de outra. Só que neste sonolento reino a preguiça é tanta de reformar o que está gasto e sujo que não se vislumbra, no atual rol de políticos, gente capaz de uma limpeza.

No entanto, vaticina-se que este início de ano também venha a ser algo malcheiroso, em termos de........

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