Durante oito anos de Governo socialista em que se verificaram enormes casos de má gestão, desde o desaparecimento de armas, a morte de cidadãos nos fogos, a morte de um cidadão por uma viatura governamental, a gestão danosa de um ministro que abusou das suas competências e interferiu na TAP, de um ministro que está arguido por beneficio pessoal indevido e por um primeiro-ministro em investigação pela Justiça, entre muitos outros casos - e, apesar disto, as sondagens mostram que a direita nada aproveitou de todo este fracasso.

Será que é o povo que não entende ou será que os políticos de direita são todos autistas?

A direita, à exceção do Chega que, com o seu populismo vai angariando muito do descontentamento existente, não compreendeu que tem de se reinventar, que tem de aparecer ao eleitorado com uma estratégia verdadeiramente focada em soluções de esperança dirigidas à vida do dia a dia de todos e cada um dos seus potenciais eleitores.

Apesar de estarmos confrontados com um Serviço Nacional de Saúde em crise, com uma escola pública que não funciona, com um plano de habitação destrutivo dos rendimentos tanto de senhorios, como de inquilinos, com a queda do Governo - ainda assim sondagens mostram que o partido socialista está acima do PSD.

As pessoas que votam precisam de líderes que convençam, que falem para as pessoas, que acreditem que a sua função não é resolver a economia por si mesma, mas sim resolver a vida das pessoas.

Líderes que lhes transmitam a confiança de que se vão dedicar a elas.

Mais depressa aceitam os erros de quem tentou (ou diz que tentou), fazer o bem, e que o fazem com força e carisma, do que acreditam nos que não transmitem essa confiança.

A direita, ou muda de discurso e muda de estilo, ou não chega a sequer poder queixar-se de que perdeu o Governo, mesmo ganhando as eleições.

A esquerda está de tal maneira confortável com esta direita fraca que nem se importa de seguir elegendo como líderes aqueles que por incompetência e abuso de confiança foram obrigados a demitir-se do Governo há bem pouco tempo.

Pergunto-me como será possível estar tranquilo na sua cadeira sem ser capaz de beneficiar de tanta desgraça por parte dos seus opositores, como é possível que não se reinvente quem pretende aproveitar esta enorme oportunidade de voltar a trazer a direita responsável e social ao Governo de Portugal.

A direita subiu ligeiramente a sua expectativa de votação de cada vez que apresentou propostas de melhoria de vida dos portugueses, como foi a proposta de diminuição do IRS.

Mas de imediato se deixou ultrapassar por um Governo que, governando mal, sempre comunicou bem e que de imediato se apropriou da proposta, sem ter deixado a ideia de que a isso tinha sido obrigado.

Não vejo os vários líderes da direita preocupados verdadeiramente em salvar o país de uma esquerda que tem destruído tudo o que funcionava bem e que demonstrou que não se preocupa com a situação do país.

Vejo cada um deles a tentar marcar a sua prova de vida individual para assegurar apenas a sua continuidade no lugar, sem que tenham o bem comum acima dos seus próprios interesses.

Não vejo a direita toda juntar-se para escolher quem a lidere de forma a conseguir apresentar um projeto baseado na criação de riqueza, mas também, e principalmente, na sua distribuição.

Um projeto que envolva os médicos e enfermeiros na solução da saúde, dos professores na solução da escola pública, dos senhorios e inquilinos na solução da habitação e o envolvimento de todos os portugueses na vida que queremos viver.

Sem uma nova visão e uma proposta de futuro, Portugal seguirá socialista e a caminho de ser em breve, a Venezuela da Europa.

bruno.bobone.dn@gmail.com

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Será que a direita não se dá conta de que está a cometer suicídio?

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18.11.2023

Durante oito anos de Governo socialista em que se verificaram enormes casos de má gestão, desde o desaparecimento de armas, a morte de cidadãos nos fogos, a morte de um cidadão por uma viatura governamental, a gestão danosa de um ministro que abusou das suas competências e interferiu na TAP, de um ministro que está arguido por beneficio pessoal indevido e por um primeiro-ministro em investigação pela Justiça, entre muitos outros casos - e, apesar disto, as sondagens mostram que a direita nada aproveitou de todo este fracasso.

Será que é o povo que não entende ou será que os políticos de direita são todos autistas?

A direita, à exceção do Chega que, com o seu populismo vai angariando muito do descontentamento existente, não compreendeu que tem de se reinventar, que tem de aparecer ao eleitorado com uma estratégia verdadeiramente focada em soluções de esperança dirigidas à vida do dia a dia de todos e cada um dos seus........

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