Estamos a viver um ano em que tudo parece em rutura. Uma guerra na Europa que já leva dois anos e que não sabemos como vai acabar.

Uma guerra no Médio Oriente e que não sabemos como pode acabar.
Uma guerra política e civilizacional nos Estados Unidos em que se questiona a política internacional num país que era até agora o garante da estabilidade no mundo.

Uma preparação de uma eleição nos Estados Unidos que ameaça colocar na liderança alguém que vai apoiar o inimigo da Europa na guerra da Ucrânia.
Uma guerra dos Estados Unidos e do Reino Unido contra uns terroristas que decidiram pôr em causa a ordem mundial, atacando navios no Mar Vermelho e apoiados pelo Irão.

Uma situação de tensão entre a China e Taiwan em que se ameaça constantemente com uma ocupação territorial para unificar os dois países, num momento em que a China tomou decisões relevantes que levam a uma quebra absoluta do seu crescimento económico.

Uma tensão continuada entre as duas Coreias.

Um ataque sobre o Paquistão pelo Irão com consequências imprevisíveis.
E, em Portugal, Pedro Nuno Santos candidata-se a primeiro-ministro.
Valerá a pena ter entrado em 2024?

Eu penso que sim.

É num momento com esta intensidade que temos de acreditar que vale a pena assumir as responsabilidades de ajudar o Mundo e o nosso país.
Contudo devo lembrar que das últimas vezes que o Mundo enfrentou uma situação catastrófica, no século passado, não houve por parte dos líderes mundiais a consciência de que a guerra mundial poderia estar iminente, nem foram tomadas quaisquer medidas de força contra a potência que ameaçava começar o conflito.

Pelo contrário, hoje, a reação imediata no apoio às posições contrárias e firmes contras as diversas fontes da instabilidade mundial e as medidas de sanção económica, dão uma resposta muito mais forte e de contenção contra essa probabilidade.

Por um lado, temos uma Rússia que está muito desgastada por esta guerra e que dificilmente poderá ter a capacidade de se regenerar para ter a força de se tornar uma ameaça para uma Europa que se mantém ainda em paz, com uma Alemanha a investir fortemente no seu armamento e com todos os países sensibilizados para a ameaça que paira no ar.

Por outro lado, temos uma China que não está claramente na disposição de somar aos seus problemas de crescimento e de afirmação como potência internacional, a possibilidade de apoiar uma guerra que pouca vantagem lhe traria.

Temos também o Irão que está a criar focos de atenção em termos internacionais que se destinam essencialmente a distrair das suas questões internas que os preocupam de sobremaneira.

Temos ainda uma esperança de que nos Estados Unidos possa haver alguma mudança no caminho iniciado, seja através do crescimento no Partido Republicano das forças moderadas, seja através da vitória dos democratas nas eleições de novembro: o que não é impossível, numa lógica de “mal menor”.

E em Portugal temos, finalmente, uma proposta de esperança para nos governar e que nos poderá salvar da desgraça socialista em que vivemos nos últimos anos.

Será a sensação próxima da que temos quando vamos ao cinema ver um filme de que nos disseram muito mal e do qual saímos com a sensação de que afinal não era tão mau assim.

A esperança é o que nos faz viver e melhorar em cada momento e a capacidade de resistência é o antibiótico contra as infeções e vírus da política.

Um bom ano para todos.


bruno.bobone.dn@gmail.com

QOSHE - 2024: a esperança contra o fatalismo - Bruno Bobone
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2024: a esperança contra o fatalismo

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26.01.2024

Estamos a viver um ano em que tudo parece em rutura. Uma guerra na Europa que já leva dois anos e que não sabemos como vai acabar.

Uma guerra no Médio Oriente e que não sabemos como pode acabar.
Uma guerra política e civilizacional nos Estados Unidos em que se questiona a política internacional num país que era até agora o garante da estabilidade no mundo.

Uma preparação de uma eleição nos Estados Unidos que ameaça colocar na liderança alguém que vai apoiar o inimigo da Europa na guerra da Ucrânia.
Uma guerra dos Estados Unidos e do Reino Unido contra uns terroristas que decidiram pôr em causa a ordem mundial, atacando navios no Mar Vermelho e apoiados pelo Irão.

Uma situação de tensão entre a China e Taiwan em que se ameaça constantemente com uma ocupação territorial para unificar os dois países, num momento em que a China tomou decisões relevantes........

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