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Em 2013, o economista Tylor Cowen escreveu “Average is over”, que poderíamos associar a uma certa ideia de fim do “homem médio”, sobre o processo de estratificação de uma sociedade conduzida por máquinas “cognitivas” e de raciocínio inteligente.

Ao tempo, quereria transmitir-se a ideia de transição para uma sociedade em que uma elite ou minoria de “Trabalhadores do Conhecimento” consegue operar sistemas super-inteligentes e, uma imensa maioria que teria pouco/nada para aportar aos computadores, ficando assim, irremediavelmente incapaz de extrair valor das plataformas computacionais que estão na base das novas infraestruturas de design, produção, industrialização, comercialização e distribuição.

Enquanto as competências dos colaboradores complementarem o trabalho computacional, o ecossistema societal estará em equilíbrio, a partir daí, crescem as perturbações e emerge um certo caos ou atmosfera de risco, provocado pela divisão entre 1 ) “humanos médios” e 2 ) humanos competentes para operar sobre multi-modelos computacionais de suporte aos “Agentes de Ação Autónomos”.

Emergiu entretanto uma outra sociedade (hipercomplexa), aquela que vivenciamos fruto da aceleração de conflitualidades e perturbações provocadas pela pandemia Covid ( 2020 ), os artefactos de Inteligência Artificial
( 2022 ), as guerras da Ucrânia-Rússia ( 2022 ) e Israel-Hamas ( 2023 ). À tradicional inteligência informacional junta-se agora a “Inteligência Algoritmica de Ciberguerra”, tanto através de sistemas de comando e controlo, quanto de sistemas autónomos de misseis e de “enxames de drones” na versão hodierna dos batalhões de ataque e defesa.

O Governance de sociedades hipercomplexas, determina uma elevação dos níveis de exigência pelos diferentes agentes que operam entre gradientes de risco crescente, mas com o imperativo de manter os alinhamentos humano-algorítmicos que garantam uma aproximação categórica entre o que são as potencialidades emergentes de raciocínio das máquinas, com os superiores interesses da sociedade e da economia.

Até ao ano de 2030, ano em que se estima poderem estar concluídos os processos motores da transformação digital haverá de levar-se em linha de conta : 1 ) a inclusão das redes Blockchain com Inteligência Artificial, 2 ) o desenvolvimento de uma nova ordem Económica, Monetária e Financeira “On Chain”, “Off-Chain” e híbrida em 3 ) estreita cooperação com Sistemas de Computação / Comunicação Quântica e de Criptografia Pós-Quântica.

Sequestrados por um conjunto de acontecimentos fora do ponto de equilíbrio, torna-se necessário criar Centros para a Exigência em “Peace Tech”, ou o desenvolvimento de Tecnologias da Paz (Peace Building), ao invés dos continuados estímulos a uma lógica de pré guerra e mesmo de “War Gaming”.

É nesta linha de pensamento que entendemos programas mobilizadores como o “Quantum Aliance”, para o desenvolvimento de Sistemas de Soberania em Tecnologias Quânticas ou o “Cerebral Valley” como um futurível capaz de elevar o “homem médio” para um desenvolvimento integral (antropagógico) que permita avanços intergeracionais autênticos e civilizados. Aspirações legítimas de uma sociedade que se quer cada vez mais forte.

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O “homem médio” em atmosferas de risco…

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06.04.2024

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Em 2013, o economista Tylor Cowen escreveu “Average is over”, que poderíamos associar a uma certa ideia de fim do “homem médio”, sobre o processo de estratificação de uma sociedade conduzida por máquinas “cognitivas” e de raciocínio inteligente.

Ao tempo, quereria transmitir-se a ideia de transição para uma sociedade em que uma elite ou minoria de “Trabalhadores do Conhecimento” consegue operar sistemas super-inteligentes e, uma imensa maioria que teria pouco/nada para aportar aos computadores, ficando assim, irremediavelmente incapaz de extrair valor das plataformas computacionais que estão na base das novas infraestruturas de design, produção, industrialização, comercialização e distribuição.

Enquanto as competências dos colaboradores complementarem o trabalho........

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