A sustentação numérica é importantes para formular teorias e criar discursos. Interessante é surgirem ideologias não respaldadas na verificação estatística, e sobretudo ignorando a sua existência. O maior negacionismo é o desrespeito pela “data science” que nos permite colocar a inteligência artificial a construir pressupostos claros, pois está baseada na pilha de informações que lhe é disponibilizada.
Vamos usar os números num exercício provocatório e muito actual.
A igualdade entre homens e mulheres não tem qualquer evidência estatística e mesmo nas situações onde há uma dinâmica de mudança ela constrói um fosso entre as ideologias e o que os dados demonstram.
Vejamos o número de pessoas encarceradas que dá 93% de homens para 7% de mulheres, num resultado sobreponível mundialmente. Não tirem conclusões, nem construam ideologia, porque isso não é estatística. O número de homens que abandona a mulher doente, com patologia oncológica grave, atinge os 87%. O número de mulheres que deixa o marido doente é menor de 10%. De novo repare nos números mas não conclua o óbvio – elas são melhores pessoas e mais cuidadoras. Isso ainda não é estatística.
As mulheres ocupavam todos os cargos dirigentes da magistratura portuguesa entre 2020 e 2024 não tendo havido incremento legislativo específico sobre igualdade de género. 58% Dos juízes portugueses são mulheres. 60% Dos médicos são mulheres.
As mulheres ocupam 67% dos empregos da função pública e são mais de 65% dos estudantes universitários portugueses hoje. Nada pode justificar a realidade de 37% de cargos dirigentes das mulheres. São elas que não os querem ocupar? Não tirem conclusões ao estilo do “eu acho” porque isso é mediocridade em inteligência construída.
Há mais meio milhão de mulheres que homens em Portugal. Há muito mais viúvas que viúvos e mais de meio milhão de idosas que idosos. Elas duram mesmo mais tempo e aparentemente melhor. https://www.cig.gov.pt/area-igualdade-entre-mulheres-e-homens/indicadores-2022/populacao/
O alcoolismo é uma doença que na juventude tem uma relação 2,5 homens para uma mulher, mas evolui para 5:1 na adultez. Há muito mais homens alcoólicos.
Nos agregados monoparentais 85% são mulheres.
Os dados são inúmeros e estão espalhados em fontes entre artigos e documentos governamentais. O mais importante é perceber como as ideologias martelam os dados ao sabor das suas necessidades ou dos seus compromissos. A conclusão a que frequentemente chego é que a realidade suplanta sempre pela surpresa se formos mergulhar nas fontes e ver a estatística. Muito do que ouvimos é falso e muito do que nos querem garantir é martelo e prego sobre a “data science”.

QOSHE - Provocar com dados sobre sexos - Diogo Cabrita
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Provocar com dados sobre sexos

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13.04.2024

A sustentação numérica é importantes para formular teorias e criar discursos. Interessante é surgirem ideologias não respaldadas na verificação estatística, e sobretudo ignorando a sua existência. O maior negacionismo é o desrespeito pela “data science” que nos permite colocar a inteligência artificial a construir pressupostos claros, pois está baseada na pilha de informações que lhe é disponibilizada.
Vamos usar os números num exercício provocatório e muito actual.
A igualdade entre homens e mulheres não tem qualquer evidência estatística e mesmo nas situações onde há uma dinâmica de mudança ela constrói um fosso entre as........

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