Estamos a assistir a uma vaga de emigração - contínua - de jovens portugueses. Procuram melhores salários, uma carreira profissional onde possam progredir, um país onde exerçam e aprofundem as suas competências. É legítimo procurar ser valorizado e feliz. Porque é que os portugueses que são bons e reconhecidos “lá fora” não têm sucesso “cá dentro” e são obrigados a sair? Não tinha de ser assim!
Em Portugal, nos últimos 8 anos de governação socialista, os jovens tiveram uma queda no salário real. Os salários baixos e as dificuldades de aquisição ou arrendamento de habitação levam a que os jovens saiam de casa dos pais cada vez mais tarde, o que os impede de constituir família e terem filhos. Não é aceitável que, em Portugal, os rendimentos do trabalho líquido sejam inferiores a 60% da média da UE. Acresce que o salário médio está cada vez mais próximo do salário mínimo.
Portugal tem todas as condições para dar qualidade de vida, esperança e futuro aos nossos jovens. Temos excelentes instituições de ensino superior, um povo trabalhador, bons empresários, um clima ótimo, segurança e um património cultural e gastronómico de excelência. O que nos falta é um governo que planeie, desburocratize, não penalize quem trabalha e cria riqueza e que não tenha medo das palavras competitividade, produtividade, rigor, mérito e empreendedorismo.
A mobilidade, experiências como o Erasmus+, contratos de curta duração ou estágios profissionais num outro Estado-Membro são positivas porque permitem reforçar competências, alargar horizontes, melhorar e aprender novas línguas e ampliar as redes de contactos. Há programas que financiam estas possibilidades e que eu tenho apoiado e até participado na sua génese. No entanto, o objetivo destes programas é que os jovens regressem ao seu país de origem com mais ferramentas e conhecimento. Infelizmente, a esmagadora maioria dos jovens que estão a sair de Portugal dificilmente regressam, a não ser que Portugal mude de vida e ofereça aos jovens as mesmas condições e oportunidades que encontram nos outros países europeus.
Recentemente foram divulgados dados do Observatório da Emigração que revelam que mais de 850 mil portugueses, com idades compreendidas entre os 15 e os 39 anos, emigraram e encontram-se a viver e a trabalhar no estrangeiro. Isto significa que três em cada dez jovens nascidos em Portugal decidiram emigrar. Esta fuga de jovens mata o futuro de Portugal. Ficamos ainda mais pobres e mais velhos. Note-se que os nascimentos de filhos de mães portuguesas no estrangeiro equivalem a cerca de 20% do total de nascimentos em Portugal.
Portugal é o país da Europa com maior percentagem de emigração e o oitavo lugar a nível mundial. Nos últimos 20 anos, emigraram mais de 1.5 milhões de portugueses. As empresas debatem-se com dificuldades de mão de obra, que têm sido atenuada pela imigração. É a população imigrante que recebemos que tem compensado a saída dos portugueses.
O governo socialista de António Costa e Pedro Nuno Santos recebeu um país em crescimento, sem a Troika, que tinha sido chamada a pedido e por culpa do PS. Neste mandato o governo tinha maioria absoluta, um Presidente da República cooperante e uma chuva de milhões vindos da UE. Foram 8 anos de governação com condições excecionalmente favoráveis que, no entanto, foram desperdiçadas por incompetência, desleixo e porque a ideologia que quiseram implementar não acredita na iniciativa privada, ao invés pretende tornar os portugueses mais dependentes do Estado. Por isso, estamos mais pobres, cada vez mais na cauda da UE.
As próximas eleições do dia 10 de março são uma oportunidade para inverter o declínio que os governos socialistas nos trouxeram. Luís Montenegro está bem preparado para governar Portugal. Ainda antes de se saber que haveriam eleições antecipadas, o PSD apresentou propostas a favor do crescimento económico, da diminuição da carga fiscal e medidas com impacto para a fixação dos jovens em Portugal. O PSD propôs a criação do IRS Jovem com uma taxa máxima de 15% (excluindo o último escalão), reduzindo para um terço a tributação atual dos jovens até aos 35 anos. O PSD propôs a criação de um Programa Nacional para a Imigração, que permitiria a integração e retenção de talento em Portugal de imigrantes com origem no estrangeiro e o retorno de portugueses do estrangeiro. O PSD propôs a isenção de IMT na primeira habitação jovem, de forma a que os bancos possam financiar 100% do preço da casa, bem como a isenção do Imposto de Selo no arrendamento habitacional a jovens. O PSD propôs também medidas que promovam a natalidade, como o aumento da licença parental, a gratuitidade das creches e a igualdade no mercado de trabalho. O Partido Socialista votou contra- todas- estas propostas que o PSD mantém no seu programa eleitoral.
Não nos podemos conformar com o estado a que Portugal chegou. É nossa obrigação mudar o rumo. Não podemos desperdiçar o potencial dos jovens portugueses! É essencial que votem, participem e se envolvam nas questões que lhes dizem respeito. E, sobretudo, é imperativo que não desistam de Portugal!

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“Não desistir de Portugal ”

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01.02.2024

Estamos a assistir a uma vaga de emigração - contínua - de jovens portugueses. Procuram melhores salários, uma carreira profissional onde possam progredir, um país onde exerçam e aprofundem as suas competências. É legítimo procurar ser valorizado e feliz. Porque é que os portugueses que são bons e reconhecidos “lá fora” não têm sucesso “cá dentro” e são obrigados a sair? Não tinha de ser assim!
Em Portugal, nos últimos 8 anos de governação socialista, os jovens tiveram uma queda no salário real. Os salários baixos e as dificuldades de aquisição ou arrendamento de habitação levam a que os jovens saiam de casa dos pais cada vez mais tarde, o que os impede de constituir família e terem filhos. Não é aceitável que, em Portugal, os rendimentos do trabalho líquido sejam inferiores a 60% da média da UE. Acresce que o salário médio está cada vez mais próximo do salário mínimo.
Portugal tem todas as condições para dar qualidade de vida, esperança e futuro aos nossos jovens. Temos excelentes instituições de ensino superior, um povo trabalhador, bons empresários, um clima ótimo, segurança e um património cultural e gastronómico de excelência. O que nos falta é um governo que planeie, desburocratize, não penalize quem trabalha e cria riqueza e que não tenha medo das palavras competitividade, produtividade, rigor, mérito........

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