Hoje, termino uma missão que abracei com alegria e empenho. Só tenho excelentes recordações e agradecimentos a fazer.

No Parlamento Europeu, aprendi muito e evolui graças a todos aqueles com que me relacionei. Agradeço a todos os meus colegas Deputados, de forma especial e com muita amizade aos meus assistentes, aos conselheiros políticos, aos que trabalham no Parlamento Europeu, na Comissão Europeia e no Conselho.

Nas milhares de horas de negociação, tenho estórias inacreditáveis, compromissos firmes com os negociadores dos outros grupos políticos, conquistas que pareciam impossíveis. Na Comissão dos Orçamentos, onde fui coordenador do PPE, tive a sorte de ter trabalhado com coordenadores do grupo dos socialistas e dos liberais (agora Renew) onde os compromissos assumidos, ainda que verbais, foram sempre respeitados. O consenso, apesar das diferenças, foi sempre conseguido.

Não esqueço as negociações do Plano Juncker, do InvestEU, dos orçamentos anuais, do Quadro Financeiro Plurianual, do Mecanismo de Recuperação e Resiliência - que financia os PRR - do STEP (para financiar os projetos estratégicos), do Mecanismo de Proteção Civil e do Fundo de Solidariedade. Foram longas horas e várias madrugadas, mas todas passadas com o sentimento de missão cumprida, em nome de Portugal e da UE. Também não esqueço de todo o trabalho que tive enquanto relator do PPE e negociador permanente do Parlamento Europeu na implementação e criação de novos recursos próprios, novas receitas para o Orçamento da UE que são essenciais para o pagamento da dívida do NextGenerationEU. Tenho insistido, e friso uma vez mais: não podemos continuar a perder oportunidades e temos que ser capazes de exigir mais daqueles que nos governam. Por isso, há que exigir do Conselho que aprove rapidamente os mais de 40 mil milhões de euros em recursos próprios que tem, neste momento, em cima da mesa. Uma fonte de receita que não onera os contribuintes europeus, que não é um peso para as futuras gerações e que é essencial para o pagamento da dívida.

Foi com entusiasmo que assumi a Presidência da delegação parlamentar UE-Brasil. As crises geopolíticas que enfrentamos são a prova de que precisamos de estreitar as relações entre os dois lados do oceano.

Foi com empenho e grande sentido de responsabilidade que assumi funções na Comissão de Agricultura. Sempre defendi a coesão, o território e as suas especificidades e o mundo rural. Sempre considerei que os nossos agricultores são essenciais para a autonomia estratégica da UE, a segurança alimentar e a coesão social e territorial. Temos de os ouvir, envolver e apoiar. É dessa forma que, com gradualismo, teremos uma agricultura mais sustentável e que, em simultâneo, permita melhores rendimentos para os agricultores e alimentos a preços acessíveis para os cidadãos europeus.

Não me esqueci, nunca me esquecerei, das minhas raízes. Registei a marca “Pela Nossa Terra” e mantive sempre viva a ligação entre Bruxelas e o Minho.

Saio de Bruxelas com a certeza do que cumpri e abraço agora uma nova missão sabendo que darei o máximo e de que continuarei Minhoto, Português e Europeu.

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“Continuarei minhoto, Português e...”

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02.04.2024

Hoje, termino uma missão que abracei com alegria e empenho. Só tenho excelentes recordações e agradecimentos a fazer.

No Parlamento Europeu, aprendi muito e evolui graças a todos aqueles com que me relacionei. Agradeço a todos os meus colegas Deputados, de forma especial e com muita amizade aos meus assistentes, aos conselheiros políticos, aos que trabalham no Parlamento Europeu, na Comissão Europeia e no Conselho.

Nas milhares de horas de negociação, tenho estórias inacreditáveis, compromissos firmes com os negociadores dos outros grupos políticos, conquistas que pareciam impossíveis. Na Comissão dos Orçamentos, onde fui coordenador do PPE, tive a sorte de ter trabalhado com coordenadores do grupo dos socialistas e dos liberais (agora Renew) onde os compromissos assumidos, ainda que verbais, foram sempre respeitados. O consenso, apesar........

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