Formada no Ceub, com passagem pelo Jornal de Brasília. Jornalista do Correio Braziliense desde 1998.

Que 2024 seja muito bem-vindo e traga evolução para este Brasil tão carente de boas novas. Há tanto a ser feito em todas as áreas, mas a esperança se renova porque recomeçamos o trabalho árduo neste ano que se despede.

O combate à fome que flagela milhões de pessoas tem de seguir como uma das prioridades absolutas. É vergonhoso para um país rico como o nosso e um dos principais produtores de alimentos do mundo permitir a continuidade dessa chaga.

Em 2023, houve avanço nesse enfrentamento. O governo lançou uma série de medidas, cujo objetivo é retirar o Brasil do mapa da fome até 2030, reduzindo, ano a ano, as taxas totais de pobreza e diminuindo a insegurança alimentar e nutricional. Uma dessas ações foi o fortalecimento do Bolsa Família. Segundo o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, o programa contemplou, em média, 21,3 milhões de famílias — 10,93% de crescimento em relação a 2022. Ainda conforme a pasta, o investimento federal registrou o maior volume de recursos desde o início do Bolsa Família: R$ 14,1 bilhões em média, por mês, contra R$ 7,8 bilhões no ano passado.

Também demos passo à frente na imunização, graças ao Movimento Nacional pela Vacinação, lançado pelo Ministério da Saúde. De acordo com balanço da pasta, imunizantes do calendário infantil apresentaram aumento nas coberturas: contra hepatite A, poliomielite, pneumocócica, meningocócica, DTP (difteria, tétano e coqueluche), tríplice viral 1ª dose e 2ª dose (sarampo, caxumba e rubéola) e febre amarela.

Uma das ótimas notícias do ano foi a inclusão da vacina contra a covid-19 no calendário nacional de imunização a partir de 2024. Segundo o Ministério da Saúde, serão priorizadas crianças de 6 meses a 5 anos, além dos grupos com maior risco de desenvolver as formas graves da doença.

O que — na minha percepção — ainda não conseguimos progredir efetivamente foi no combate à violência contra crianças e adolescentes. Eles são vítimas diárias de todo tipo de agressão psicológica, física e sexual. E os ataques partem de quem tem a obrigação de protegê-los — pais, padrastos, mães, madrastas, irmãos, primos, tios, avós. Cabe ao Estado, pelo poder que tem, tomar a frente, implementar políticas públicas, convocar esforço coletivo, fortalecer a rede de atendimento e chamar a sociedade para essa batalha. Até agora, nenhum governo se debruçou, de fato, sobre essa crueldade.

Mas, no geral, em 2023 tivemos progressos, sim, em quase todos os setores. Claro que ainda há muito a ser feito, porque em uma só temporada não é possível reverter anos de atrasos, menosprezo à vida, desrespeito, políticas públicas dizimadas. Porém, o Brasil dá sinais de estar no caminho da recuperação. Que 2024 seja mais uma etapa de desafios superados.


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Artigo: Desafios que nos esperam

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28.12.2023

Formada no Ceub, com passagem pelo Jornal de Brasília. Jornalista do Correio Braziliense desde 1998.

Que 2024 seja muito bem-vindo e traga evolução para este Brasil tão carente de boas novas. Há tanto a ser feito em todas as áreas, mas a esperança se renova porque recomeçamos o trabalho árduo neste ano que se despede.

O combate à fome que flagela milhões de pessoas tem de seguir como uma das prioridades absolutas. É vergonhoso para um país rico como o nosso e um dos principais produtores de alimentos do mundo permitir a continuidade dessa chaga.

Em 2023, houve avanço nesse enfrentamento. O governo lançou uma série de medidas, cujo objetivo é retirar o Brasil do mapa da fome até 2030, reduzindo, ano a ano, as taxas totais de pobreza e diminuindo a insegurança alimentar e nutricional. Uma dessas ações foi o fortalecimento........

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