Ouro no centro do experimento monetário dos BRICS
O retorno do ouro ao centro do debate monetário internacional não é fruto de nostalgia nem de especulação retórica. É consequência direta de decisões políticas tomadas na última década — e aceleradas a partir de fevereiro de 2022, quando a Rússia foi parcialmente excluída do sistema SWIFT após a invasão da Ucrânia. A partir daquele momento, um recado ficou claro para dezenas de países: reservas em dólar e acesso à infraestrutura financeira ocidental deixaram de ser garantias técnicas e passaram a ser variáveis geopolíticas.
É nesse contexto que os países do BRICS, com destaque para China e Rússia, intensificaram a acumulação de ouro físico e a reorganização de seus mecanismos de comércio exterior. Dados do World Gold Council indicam que, entre 2020 e 2024, os bancos centrais compraram mais de 4.800 toneladas de ouro — o maior volume desde o fim do padrão-ouro — e mais de 50% dessas compras foram realizadas por economias emergentes, especialmente China, Rússia, Índia e países do Oriente Médio.
A China é hoje o maior produtor mundial de ouro, com produção anual estimada entre 360 e 380 toneladas. Pequim, no entanto, divulga apenas parte de suas aquisições oficiais. Em 2023 e 2024, o Banco Popular da China declarou compras modestas, enquanto........





















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