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Eunice Paiva por si mesma

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05.11.2024

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Quando, nesta quinta-feira (06/11), chegar aos cinemas o filme “Ainda Estou Aqui”, o público entrará em contato com uma mulher que, até agora, apenas os familiares, amigos e colegas de trabalho conheceram. Além das autoridades, é claro. Aqueles que, do outro lado, respondiam com evasivas ou documentação forjada e mentirosa à incessante procura empreendida por ela e seus advogados pelo marido, pai de seus filhos e deputado federal, Rubens Paiva. Apresento a vocês Eunice Paiva, a heroína dessa história, em uma das muitas cartas que ela encaminhou — desta vez ao Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana — em 11/03/1971, pedindo satisfações pelo desaparecimento do marido.

Excelentíssimos Senhores Presidente e Demais Membros do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana

Esta carta é endereçada a Vossas Excelências por uma mulher que viu sua casa invadida por homens, de arma em punho, dizendo-se agentes de segurança, para levar presos, sem apresentação de mandado judicial ou determinação de qualquer autoridade policial militar, primeiramente seu marido, engenheiro Rubens Beyrodt Paiva, e, em seguida, no dia imediato, ela própria e sua filha Eliana, adolescente, de 15 anos, deixando à sua sorte, no lar, os demais filhos menores.

É, pois, ao mesmo tempo, a carta de uma mãe, que conheceu a surpresa enorme — melhor diria a indignação, mantida no mais íntimo de si mesma — de assistir à prisão de uma filha, que, adiante, foi encapuçada, assim como ela própria, para posteriormente, já não mais em sua presença, ser submetida aos traumas psicológicos,........

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