“Seremos oposição, renovaremos o partido e procuraremos recuperar os portugueses descontentes com o PS”.

Estas firmes declarações do Secretário Geral do Partido Socialista (PS) na noite eleitoral de 10 de março configuram uma nova fase da vida política portuguesa. A maturidade política que o momento exigiu foi agarrada por Pedro Nuno Santos (PNS) que assumiu, primeiramente, com humildade democrática a derrota eleitoral, mas, simultaneamente, encarou os grandes desafios do PS, a liderança da oposição, a necessidade de transformar internamente o seu partido e o desafio de converter os mais céticos, os mais descontentes com a política e com os políticos.

A alternância é uma das caraterísticas fundamentais da democracia, pois é a busca da alternativa que promove o confronto de ideias e de projetos societais. Todavia, será esse caminho que permitirá a Pedro Nuno Santos lograr o tempo necessário para a afirmação da sua liderança, que esteve, até há bem pouco tempo, assombrada pelo espaço que António Costa vai ocupando dentro e fora do PS.

Posteriormente, a necessidade de renovar, de revitalizar internamente o partido, o desafio de procurar novos protagonistas e novas lógicas políticas, será um dos grandes desafios do seu mandato, pois obstáculos serão vários e a todos os níveis.

A preocupação genuína com o aumento de votos no partido Chega despertou uma necessidade primordial de abraçar os descontentes e converter os mais céticos para a esfera do PS. A inteligência de perceber que “não existem 18,1% de pessoas xenófobas e racistas em Portugal” posiciona o PS como o partido que estará disponível para albergar todos aqueles que se sentem excluídos e desiludidos com o país.

Se o PNS conseguir construir esse caminho, terá a oportunidade de restituir a confiança junto do povo português e terá, com toda a certeza, a sua grande oportunidade para governar Portugal.

QOSHE - Os desafios do futuro - Ricardo Almeida
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Os desafios do futuro

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04.04.2024

“Seremos oposição, renovaremos o partido e procuraremos recuperar os portugueses descontentes com o PS”.

Estas firmes declarações do Secretário Geral do Partido Socialista (PS) na noite eleitoral de 10 de março configuram uma nova fase da vida política portuguesa. A maturidade política que o momento exigiu foi agarrada por Pedro Nuno Santos (PNS) que assumiu, primeiramente, com humildade democrática a derrota eleitoral, mas, simultaneamente, encarou os grandes desafios........

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