O desfecho de um governo maioritário que caiu pela sua arrogância, prepotência e despotismo nas mãos da justiça só pode ser um sinal que o ambiente se encontrava demasiado poluído, corrompido e putrefacto.

A herança destes últimos 8 anos de governação, em que o eleitorado optou por entregar o país inteiro a um partido, fez com que a preocupação pelo meio-ambiente fosse uma das principais bandeiras desse governo sendo que na verdade sabemos agora que o não foi! Pelo menos na sua totalidade de intenção.

Com ambição cega de atingir as metas europeias de despoluição esse governo demissionário ignorou a realidade social e económica do país que o elegeu, através da deturpação da realidade. Assim tudo se tornou mais fácil, mais simplex, e em nome do bom ambiente que precisamos. Um país sem indústria quer explorar recursos naturais sem ter capacidade para tal, entrega, em maroscas e enredos sujos, o “interesse” económico do país, que afinal é algo rentável apenas para alguns. Vale sempre a pena recordar o negócio do lítio em Montalegre e o que implicou politicamente, mas tudo e sempre com o aval da tal Agência Pouco amiga do Ambiente. Recordar que, cuidar do ambiente, para além de se tratar da melhoria da qualidade de vida, também tem muito a ver com o cuidar com as finanças de um país, através da reutilização de materiais, de arquiteturas, de restabelecer e cuidar da paisagem natural. De uma forma pouco sustentável para o país foram apresentados despachos do Conselho de Ministros para aligeirar a burocracia das papeladas que visam a exploração de recursos naturais, geológicos, hídricos, solar, tudo no bom nome do Ambiente, enquanto a liberalização do mercado energético continua a taxar o consumidor. Para melhorar o ambiente taxa-se duplamente os produtos petrolíferos, com ISP e IVA, e apresentam como grande aposta do futuro o mercado elétrico, também ele altamente taxado em Portugal, vendo-se os cidadãos confrontados com uma escolha difícil e questionando qual das opções é realmente mais compensatória.

Recordemos o processo do parque eólico na Serra de Passos/Sta. Comba, em que a APA é favorável a tudo bastando para tal aprovar Estudos de Impactos Ambientais promíscuos e pouco profissionais, ignorando verdadeiros impactos ambientais e patrimoniais em prol do ganho do investidor e do interesse dos políticos locais em assegurar milhares de euros para o licenciamento, para festas e obras, penalizando gravemente a sua população. Podemos falar dos impactos da agricultura intensiva que obrigou os Ministérios da Agricultura e da Cultura a assinarem protocolo de cooperação para a preservação de sítios arqueológicos, e também do ambiente. Está no tempo de começar a recordar os últimos anos para se escolher bem sobre o que se precisa para os próximos tempos.

QOSHE - Corromper o ambiente para melhorar o ambiente?! (I) - Luís Pereira
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Corromper o ambiente para melhorar o ambiente?! (I)

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14.12.2023

O desfecho de um governo maioritário que caiu pela sua arrogância, prepotência e despotismo nas mãos da justiça só pode ser um sinal que o ambiente se encontrava demasiado poluído, corrompido e putrefacto.

A herança destes últimos 8 anos de governação, em que o eleitorado optou por entregar o país inteiro a um partido, fez com que a preocupação pelo meio-ambiente fosse uma das principais bandeiras desse governo sendo que na verdade sabemos agora que o não foi! Pelo menos na sua totalidade de intenção.

Com ambição cega de atingir as metas europeias de despoluição esse governo demissionário ignorou a realidade social e económica do país que o elegeu, através da deturpação da........

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