Num espaço de uma semana, Roger Schmidt desvalorizou os seus avançados por duas vezes. Visados devem sentir-se desolados...

O estado de graça de Roger Schmidt no comando técnico do Benfica parece, definitivamente, expirado. Se no capítulo desportivo as coisas não correm de feição ao treinador alemão — derrotas com Sporting, FCPorto e empate com o Glasgow Rangers —, é sobretudo ao nível comunicacional que o timoneiro das águias vai demonstrado um absoluto desnorte. Na antevisão do clássico com os dragões, disse perante os jornalistas que marcar golos não era suficiente para Arthur Cabral e Marcos Leonardo terem o estatuto de titulares do Benfica. Uma semana volvida, voltou à carga sobre os avançados, tendo por base a comparação o que fez Gonçalo Ramos há um ano. O germânico sustenta agora que, face à fasquia deixada pelo português entretanto foi contratado pelo PSG, os atuais avançados das águias — Arthur Cabral, Marcos Leonardo e Tengstedt —, apesar de terem potencial e talento, estão aquém de Gonçalo Ramos a nível de consistência.

Uma coisa é pensar isso, outra é dizê-lo publicamente. Um tiro nos seus pés (e dos avançados), pois, ao lerem as palavras do treinador, subentendem tratar-se de um atestado de incompetência. Resta saber se na receção ao Estoril, com o universo encarnado em verdadeira ebulição, face aos recentes maus resultados, exibições e, acima de tudo, escolhas táticas, o treinador do Benfica vai optar por jogar sem ponta de lança fixo ou se escolherá um dos avançados para tentar aproximar-se do nível de Gonçalo Ramos. Uma coisa é certa: Arthur Cabral, Marcos Leonardo e Tengstedt podem ser criticados por Roger Schmidt, mas isso faz-se dentro das paredes do balneário e nunca na imprensa. É o que se exige a um líder.

9 março 2024, 13:28

Treinador em conferência de imprensa a explicar a dificuldade em fixar um avançado na equipa do Benfica

Do trio de candidatos ao título, o Sporting é aquele que tem sido mais regular, mas hoje, na Serra da Freita, terá uma tarefa difícil, num terreno em que o FC Porto perdeu por 2-3. Para superar o Arouca, que dispõe de um tridente espanhol no ataque bastante valioso e um David Simão a exibir-se em grande nível no meio-campo, a equipa de Rúben Amorim terá de superar-se para continuar a acalentar o título. Se passar em Arouca, o cetro estará seguramente mais perto.

Com um golo de vantagem é como parte o FC Porto para a 2.ª mão dos oitavos de final da Champions com oArsenal. Terça-feira, em Londres, pede-se que o FC Porto escreva mais uma página de ouro na sua história. Nunca venceu em Inglaterra, mas não precisa de o fazer. O empate já chega para seguir em frente.