O nosso jornal celebra mais um ano de vida, altura para renovar a nossa o objeto da nossa missão

A BOLA faz 79 anos. Somos o «jornal de todas as modalidades» ou a «Bíblia do Desporto». Somos um jornal em transformação, mas com o objetivo claro de informar, com equilíbrio, razoabilidade e valores.

O Desporto permanece como reflexo da vida. Testemunho da excelência humana, da perseverança e do espírito inabalável de competição. Da glória, claro, e do fracasso. Dizem-nos 79 anos de história que o primeiro não existe sem o último. Que o maior vencedor foi aquele que mais perdeu. E se levantou. Porque a grandeza não se atinge sem provações.

Somos observadores de conquistas desportivas e não podemos esquecer os valores que definem a verdadeira essência de competir.

A integridade, o espírito desportivo e a busca inabalável pela excelência. Foram esses valores que tantas vezes encheram as páginas deste jornal, porque o triunfo nunca pode ser meramente medido pelo resultado, mas também pelo caráter do competidor. Assim devemos continuar.

O desporto português tem tido muito daquele primeiro e dúvidas imensas sobre aquele segundo. Num país em que o Estado deixa apenas umas ‘migalhas’ para o Desporto, com reflexo na pouca prática desportiva pela população, facilmente se desenvolve uma cultura viciante, em que dirigentes já não gostam de competir, adeptos também e todos parecem preferir vencer a qualquer custo. Esses são adeptos de vitórias, mais até do que de um clube e muito mais do que um simples jogo. Há muito que Portugal perde este desafio.

O plano que a FPF apresentou para o período que nos leva até 2030 - vale a pena lê-lo - tem toda a teoria para invertermos, como nação, a «corrente do jogo». Falta-nos, a todos, a prática. Terá sempre de ser o futebol a força motriz dessa mudança, mas todas as federações e a própria comunicação social terão um papel de relevo a desempenhar.

Dir-nos-ão que somos sonhadores. Eu diria que temos de ser otimistas e, por isso, trabalhar para uma mudança em que o Desporto nacional seja realmente saudável.

Desde o futebolista profissional, melhor do mundo e, quiçá maior português da História, aos outros heróis anónimos que ao domingo se levantam para levar um grupo de miúdos a campo para jogarem. O desenvolvimento do futebol feminino é, diria, o melhor sinal de que nos devemos manter esperançados em mudança. Teremos, então, de enaltecer aqueles «heróis» e ser vigilantes sobre os outros, devemos apregoar a Liberdade e a Igualdade, seja ela relaciona ao género ou ao mero uso de um adereço numa bancada. A isso temos de nos propor.

Em dia de aniversário, A BOLA traz-lhe uma entrevista com o selecionador nacional, Roberto Martínez, que irá ser uma das figuras de 2024. Uma entrevista que será distribuída por todo o universo de A BOLA: site, jornal em papel, vídeo, TV e redes sociais, num trabalho que envolve, diariamente, uma equipa de profissionais que luta para que de cada vez que o leitor leia o nome de A BOLA o veja em maiúsculas.