Lula 3 terá de corrigir a rota?
Lula escolheu inverter o ciclo político da despesa pública. Iniciou o mandato com pé no acelerador do gasto. Foi escolha altamente arriscada.
A submissão da economia à política se justificou pela percepção do presidente de que, em um país polarizado, não havia espaço para quedas acentuadas de popularidade no início do mandato. Era necessário criar as condições para chegar vivo em 2026, mesmo que com a economia capengando.
O primeiro ano transcorreu melhor do que a encomenda. A forte desinflação na economia americana, com a perspectiva de início de um ciclo de corte de juros já em março passado, e o sucesso de Haddad na tramitação da agenda econômica explicam o bom humor do fim de 2023.
Tudo sugeria que Lula conseguiria navegar relativamente bem através das inconsistências do arcabouço fiscal (tratei das inconsistências na coluna de 11 de maio).
Legaria uma difícil herança —elevação da dívida pública em 10% do PIB, aproximadamente—, mas conseguiria se reeleger.
Já era possível divisar Lula 4 parecido com FHC 2: um governo sequestrado por uma agenda fiscal pesadíssima. A transição política ficaria para 2030.
A piora da inflação americana no primeiro trimestre do ano azedou bem o ambiente externo. Por........
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