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Caboclos e Pretos Velhos também falam alemão

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15.10.2024

Em pesquisas para o livro "A Ciência Encantada de Jurema - Como uma raiz da caatinga uniu indígenas e africanos na resistência anticolonial e hoje inspira pesquisas psicodélicas", com lançamento previsto para abril pela Fósforo Editora, reuni muito material sobre Catimbó/Jurema Sagrada que terminou não aproveitado. Por exemplo, algumas de suas manifestações fora do Brasil.

No centro dessa religião está uma árvore da caatinga, a jurema-preta (Mimosa tenuiflora). A bebida cerimonial chamada de vinho da jurema se prepara com a raiz da planta, que contém a substância psicodélica dimetiltriptamina (DMT), mesmo modificador da consciência presente na ayahuasca, ou daime, que vem sendo investigado pela ciência por seu potencial antidepressivo.

A curiosidade que leva as pessoas à Jurema, umbandizada ou não, extravasou do Nordeste também para o exterior. Por outro lado, não se pode dizer que tenha alcançado a mesma disseminação do Santo Daime ou da União do Vegetal.

As raízes do Catimbó se imiscuem também, além das ramas ameríndia e africana, no catolicismo tradicional e na feitiçaria portuguesa, assinala Ismael Pordeus Júnior, da Universidade Federal do Ceará, no artigo "A Expansão da Jurema na Península Ibérica" (Revista de Ciências Sociais, 2016, p. 248).

A mestiçagem que tivera início com a colonização dá uma volta completa e retorna à metrópole na bagagem de "peregrinos carismáticos". Segundo Pordeus Júnior, esse retorno começa já na esteira da Revolução dos Cravos, tendo como pioneira........

© UOL


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