Editoras científicas usam trabalho servil e saqueiam o erário
Neurocientista, professor livre-docente da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e sócio do Instituto Locomotiva e da WeMind
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O caráter não corre em famílias, mas às vezes ele parece querer nos convencer do contrário. Ghislaine Maxwell, ex-companheira de Jeffrey Epstein, é filha de Robert Maxwell, barão do mercado editorial inglês, que morreu misteriosamente em seu iate em 1991, dias antes de vir à tona que havia roubado o fundo de pensão dos seus funcionários, deixando-os a ver navios.
Uma de suas grandes sacadas empresariais foi convencer cientistas ambiciosos de que tinha na mão prestigiosos cargos de editores em periódicos que revolucionariam a maneira como o mundo enxerga a ciência. Como vários aceitaram, os cargos de fato adquiriram prestígio e assim surgiu o mercado moderno das publicações acadêmicas, no início da década de 1950 —o único ao qual se aplica o conceito de tecnofeudalismo, de Yanis Varoufakis, que infelizmente nunca percebeu isso.
Maxwell havia fundado a Pergamon Press, com um modelo de negócios singular: colocar a totalidade dos acadêmicos para trabalhar de graça e depois lhes vender a produção por valores exorbitantes. Muitos duvidaram que pudesse dar certo, mas Robert foi em frente, criando centenas de periódicos. Foi ele quem inventou o........
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