"Pessoas que ministram"
A Ministra da Juventude e Modernização, Margarida Balseiro Lopes, em pleno mês de Agosto, fez declarações que fizeram jus à silly season e anteciparam a rentrée do discurso político-ideológico.
A propósito de uma recente campanha da Direção-Geral de Saúde (DGS) dirigida a “pessoas que menstruam”, a referida governante afirmou que a linguagem a usar neste tipo de políticas deve ser “neutra do ponto de vista do género” (Expresso, 20-8-24).
Como oportunamente fez saber o deputado Bruno Vitorino, do PSD, “a questão da utilização de linguagem neutra não faz parte do programa do Governo, nem se coaduna com a tradição dos partidos que o compõem”. Também lembrou “que o PSD e o CDS votaram contra a Lei nº 38/2018, que ‘estabelece o direito à autodeterminação da identidade de género e expressão de género’.” (Público, 21-8-2024). A Ministra não falou em nome do Governo, mas, segundo o referido deputado, “a título individual”. A polémica declaração da Ministra enfraqueceu a escassa maioria parlamentar, porque “‘obrigou’ o CDS a distanciar-se, alegando ser matéria que não estava incluída na coligação” (Sol, 23-8-24), e afugentou os eleitores que não se revêem neste tipo de discurso, mais próprio da extrema-esquerda.
Em Julho passado, Bruno Vitorino já tinha questionado o Ministério da Saúde sobre a razão pela qual a DGS alterou a palavra ‘mulher’ para ‘pessoa que menstrua’, no questionário sobre saúde menstrual. Este ministério, pela voz do chefe de gabinete da sua titular, respondeu que “a DGS é um organismo técnico-normativo, dotado de autonomia técnica”. Segundo o referido deputado do PSD, talvez a voz mais sensata que sobre este tema se pronunciou, “a mudança de linguagem deriva da ideologia defendida por alguns e não da ciência”. Mais ainda: “Uma entidade como a DGS, pelos seus propósitos e razão de existência, deveria ser a primeira entidade a usar a ciência como base para a sua........© Observador
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