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Segunda chance não é para todos

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Zé Osvardo – com erre mesmo – no volante, Fala Mansa e Neguitim, na caçamba, eram o melhor trio de garis da cidade. Perfeita sincronia.

Cada um à sua maneira, eram felizes. O único problema de Zé Osvardo era com Mônica do cartório, que eternizou em seu nome o jeito errado como seu pai se expressava.

Fala Mansa dominava o ambiente. Muito comunicativo, tinha olhos verdes e muito sucesso com as mulheres.

Neguitim era sério, muito sério, enorme timidez. Tinha um filho – Elton Roberto – “não é porque sou preto e pobre que vou colocar nome feio na criança” e, se outro filho tivesse, seria Anderson Cleiton.

Os três jogavam no Dínamo, do técnico Bertinho Vermeio. Neguitim era goleiro, apaixonado pela triste história de Barbosa, o goleiro negro que levou a culpa pela derrota no Mundial de 1950.

Zé Osvardo era zagueiro, do tipo passa a bola mas não passa o atacante. E Fala Mansa era ponta direita. Muito rápido. Eles tinham uma jogada ensaiada. Em cobranças de escanteio, assim que a defesa era feita, Neguitim lançava Fala Mansa, que puxava o contra-ataque

desabalada carreira. Muitos gols saíram assim. O que Neguitim não sabia é que o fim de sua carreira também.

O ano futebolístico contava com o........

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