A personalidade sempre foi associada à ideia de escolha e intenção, atributos tradicionalmente ligados aos humanos. Quando a ciência passou a observar o comportamento animal de forma mais sistemática, essa fronteira começou a se desfazer. O que parecia instinto uniforme deu lugar à identificação de respostas que se repetem, variam entre indivíduos e permanecem estáveis. Ao aplicar esse mesmo olhar aos peixes, pesquisadores passaram a identificar diferenças claras na maneira como cada um reage ao ambiente, lida com o risco e aprende com a experiência, abrindo espaço para uma nova compreensão do comportamento aquático.

Na biologia do comportamento animal, esses traços são agrupados em dimensões como timidez e ousadia diante do risco, exploração frente ao novo, nível de atividade, agressividade e sociabilidade. Em populações naturais ou de criação, os indivíduos se distribuem ao longo de um espectro. Em uma ponta estão os mais proativos, que respondem com ação rápida. Na outra, os mais reativos, que tendem à cautela e ao congelamento. Essa organização não é aleatória e se mantém ao longo do tempo.

As primeiras demonstrações desse padrão vieram de aves e mamíferos. Em ambientes controlados, um animal........

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