Carta de Habitação de Lisboa: uma tristeza
Esta carta é uma oportunidade perdida. É mais um manifesto de propaganda, sem orientação estratégica. Não é a Carta de Habitação que se exige para a atual situação de emergência.
Desde logo, assenta no Plano Director Municipal (PDM) de Lisboa em vigor desde 2012 que não previa o que mudou com o crescimento exponencial do turismo, em particular do AL, dos residentes não permanentes e da imigração e do reflexo que tiveram na cidade, nomeadamente na diminuição da oferta, no aumento brutal dos preços das habitações e na gentrificação. O PDM ainda não foi revisto, como devia ter sido em 2022, e o trabalho que os serviços desenvolveram para a sua revisão desde 2014 foi posto na gaveta. É uma carta preguiçosa.
Pior é que parte de uma premissa para quantificar a carência de habitação que se baseia única e exclusivamente no número de casas que têm vindo a ser pedidas: quem não pede, não conta.
Calculando um crescimento demográfico moderado e fazendo um exercício prospetivo, rapidamente chegaremos ao dobro do número de carência indicado (cfr.........
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