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Arnaldo Trindade, um cosmopolita num país provinciano

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08.01.2024

Começou a ir à América ainda adolescente. O pai representava grandes marcas de electrodomésticos em Portugal e como não falava inglês levava o filho para traduzir. Chegaram a ir de barco, no luxuoso Queen Elizabeth, que não demorava muito mais do que o avião. A rota aérea era longa e com pernoitas pelo meio. Porto-Lisboa-Londres-Dublin-Halifax e, finalmente, Nova Iorque.

Já adulto, levou o Conjunto António Mafra em digressão às comunidades portuguesas nos Estados Unidos. No primeiro concerto, a banda vendeu os discos que iam na bagagem, mas Arnaldo Trindade conseguiu que os estúdios da RCA, no Rockefeller Center, lhe reservassem uma manhã para gravar um LP. Ninguém acreditava que fosse possível, mas “os Mafra estavam muito bem treinados”. Prensaram os primeiros 50 mil discos estereofónicos em português e a RCA ainda lhes ofereceu as capas. Esgotaram.

Num dos concertos,........

© PÚBLICO


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