Pausa
Para quem está habituado a ler teatro, a pausa é uma intromissão comum. Uma indicação — ou neste caso, uma didascália — escrita em itálico ou entre parênteses, que aparece aqui e ali entre a cena, entre as falas das personagens, a invocar uma breve interrupção, um silêncio, um vazio (denso e carregado como só o vazio sabe ser) … Entre o que se diz, ou o que se faz.
Uma pausa não dita o fim da cena, pelo contrário, depois da pausa, a cena continua, a vVida continua. É só uma paragem para que as palavras e os gestos possam respirar…
Durante uma pausa os personagens ponderam, sondam, escutam, esperam, duvidam, decidem…. Resolvem aniquilar ou conceder perdão a outros personagens, inverter o rumo do seu destino, operam uma mudança no seu espaço interno. Depois seguem. Serenados, atemorizados, esbaforidos, resolutos…
Durante uma pausa, os espectadores ansiosos esperam de olhos arregalados, na expectativa de descobrir o que se vai passar a seguir (e alguns descobrem que por estarem de olhos abertos às escuras, também conseguem ver coisas que se passam dentro deles).
Durante a pausa, os espetadores sonolentos despertam subitamente assustados pelo silêncio que os rodeia e poderia denunciar num ronco. Os espetadores com bicho-carpinteiro param de bater com os pés na........





















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