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Sair do armário pró-vida

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29.12.2024

Reparei que muitos que se identificam como Católicos se acanham sempre que o assunto vem ao de cima. Arrastam os pés e olham para os sapatos como se fosse possível poli-los ainda mais com os olhos. A que me refiro? Ao filho ter revelado a sua pansexualidade? Identificar-se com o sexagésimo nono género? Não. Algo muito mais desafiante. Enfrentar a questão do aborto e da eutanásia do lado pró-vida, entre círculos de amigos, colegas de trabalho e, principalmente, os mais académicos de entre eles. No bingo da inclusividade que brotou das universidades nos últimos vinte anos, nunca sobra espaço para o quadradinho pró-vida. Celebramos toda e qualquer diversidade, real ou imaginada. Tudo parece ser respeitado menos a valorização intrínseca da Vida. Culturalmente criou-se uma redoma ao mero desafiar do aborto e eutanásia como debates finados.

Estive em minoria nas infrequentes vezes em que se discutiu o aborto e a eutanásia nos centros académicos que frequentei. As poucas tentativas de defender a posição pró-vida a que assisti ou nas quais tomei parte não correram particularmente bem. Os insultos recebidos fariam Manuel Bocage corar. Geralmente envolvem acusações de ignorância, reduzida habilidade mental, fetiche com embriões. Infelizmente logo que se menciona a concepção como início da vida, o argumento muda para a viabilidade do embrião. Progressivamente se vai esticando o argumento, ao ponto de agora ser apenas uma decisão sobre o próprio corpo, e não sobre um novo ser humano. E já se sussurra nos corredores que podemos prever as características do embrião; e se não forem desejáveis, abortamos então? Não me parece uma atitude saudável. Quando o elemento essencial, a Vida, pode ser descartado, começa a perder-se a racionalidade das........

© Observador


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