Masoud Pezeshkian: o novo presidente "reformista"
Os meios de comunicação ocidentais estão a fazer eco do discurso oficial do regime iraniano de que se trata da vitória do candidato “moderado”. Contudo, o primeiro ponto de suspeita vem, precisamente, dessa alegação. E estas dúvidas são acompanhadas por uma certeza: o seu nome constou nos boletins de voto porque foi aprovado pelo Conselho dos Guardiões, o “conselho” que desempenha um papel crucial no sistema político iraniano, sendo responsável por examinar e aprovar as candidaturas para as eleições presidenciais e parlamentares com o poder de vetar candidatos que considere não alinhados com os princípios da República Islâmica do Irão. Composto por 12 membros: seis juristas religiosos nomeados directamente pelo Líder Supremo Ali Khamenei (e, consequentemente da sua confiança directa) e seis juristas civis eleitos pelo Parlamento a partir de uma lista proposta pelo Chefe do Poder Judiciário (e, consequentemente da confiança da maioria do Parlamento totalmente controlado pelo regime). Ou seja: este “moderado” está “alinhado” com “os princípios da República Islâmica do Irão”. Se não estivesse nunca teria passado pelo filtro do Conselho dos Guardiães.
Outro ponto de alerta reside na principal promessa eleitoral de “acabar com isolamento do país”: o que corresponde exactamente ao desígnio do regime afrontado por uma crise económica profunda, pela contestação social criada pelos abusos aos direitos........
© Observador
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