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"New Model Army": A Guerra do Futuro

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17.06.2024

Embora as despesas e investimentos militares tenham sido crescentes nos últimos anos com programas massivos como os do novo super porta-aviões norte-americano Gerald R. Ford e os seus espantosos 12.998 mil milhões de dólares (o que equivale ao PNB de um país como Malta ou a Namíbia), ou do novo super porta-aviões chinês Fujian (com um custo idêntico) ou ainda do total do programa F-35 (mais de 1.858.000.000 milhões de euros) a verdade é que estes investimentos podem ser os últimos realizados pelas grandes potencias nesta escala.

A actual guerra na Ucrânia, o sucesso do Azerbaijão na guerra contra a Arménia de 2022 e a guerra civil no Iémen dão um vislumbre já muito nítido do que será a guerra do futuro que já não será travada com grandes meios, que envolvem enormes investimentos, por caças de 5ª ou 6ª geração, enormes e complexos navios de guerra, ou veículos blindados que custam 2 a 30 (!) milhões de dólares por unidade (como o Leopard 2A8 chinês ou o Merkava israelita) mas será combatida de forma remota, por armas autónomas controladas por Inteligência Artificial (IA) ou através (numa primeira fase) por controlo remoto. Estas armas irão funcionar em enxames consertados entre si e estarão no ar — como já estão hoje nos cenários de guerra do Sudão, Ucrânia e Arménia), no mar (como estão hoje no Mar Negro), sob a superfície dos oceanos (como se diz que a Rússia faz há anos no Báltico) e nos céus (como fazem em massa os EUA desde o Afeganistão).

É certo que actualmente, na Guerra na Ucrânia, apenas 10 a 30% de todos os ataques de drones são bem sucedidos. As contra-medidas, as técnicas de invasão e a melhoria da protecção (os famosos “tanques-tartaruga” improvisados) têm um bom nível de eficácia. Mas o desenvolvimento e a integração de IA nos drones irá reduzir esta eficácia. De extrema importância é a integração de drones nas unidades de artilharia: é certo que a artilharia — mesmo com munições semi-autónomas de tipo “Excalibur” — pode ter que gastar de 5 a 10 munições até atingir um veículo blindado em movimento. Mas num conflito de tão alta intensidade como o ucraniano — em meados de junho a Rússia tem mais mil baixas por dia — não é viável consumir 2 a 10 mil munições de 155 mm de artilharia por dia. Não aos preços a que elas custam aos países da Nato (3000 dólares cada). Assim, a importância de usar drones FPV (“first person view”, em português: visão em primeira pessoa) é crucial para que a Ucrânia se consiga defender e o consiga fazer a um custo acessível (algo em torno dos 400 dólares cada). Ao preço de um único disparo de artilharia a Ucrânia pode enviar entre 7 a 9 FPVs e conseguir (na taxa de de 10% a 30%) pelo menos um ataque bem sucedido contra um blindado, um grupo de infantaria ou uma peça de artilharia. Actualmente, a Ucrânia já usa –........

© Observador


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