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A Queda de Bashar al-Assad e o Destino Sírio

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13.12.2024

Após décadas sob um regime ditatorial marcado pela repressão e pelo autoritarismo, a queda de Bashar al-Assad representa um marco histórico que poderá redefinir a geopolítica no Médio Oriente. Para muitos, este é um momento de vitória popular, após anos de miséria, pobreza extrema e uma devastadora guerra civil iniciada em 2011. No entanto, a história ensina que a queda de regimes autoritários raramente se traduz em estabilidade imediata. O colapso do regime de Assad pode abrir caminho para uma nova era de esperança, mas também traz o risco de vácuo de poder, ascensão de fações radicais e perpetuação do sofrimento. Hoje, o povo sírio celebra, com justiça, a queda de um ditador sanguinário. O futuro, porém, permanece incerto: será este o início de uma nova era de paz ou o começo de uma radicalização de um país que parece condenado ao fracasso?

Depois de décadas de sofrimento do povo sírio, e uma Guerra Civil pelo meio, serão certamente incontáveis os episódios de terrorismo em território sírio. Entre eles está aquele que foi certamente o maior ato de terrorismo cometido por Bashar al-Assad, quando em 2013 lançou contra os próprios civis sírios, a fim de conter a ofensiva da oposição ao regime, foguetes com agentes químicos que mataram centenas de pessoas, entre elas crianças indefesas que viram o seu futuro destruído, revelando a face mais cruel e desumana de um ditador terrorista, capaz de massacrar o seu próprio povo para se manter no poder. Quando falamos da queda de Bashar al-Assad não falamos somente de uma vitória do povo sírio. Falamos de um triunfo da moralidade e de uma derrota do terrorismo.

Contudo, o ex-ditador está agora seguro em Moscovo, enquanto milhões de sírios continuam e continuarão durante muito tempo a sofrer com as consequências dos seus hediondos crimes, demonstrando que a justiça continua a ser um conceito muito distante para certos povos. Também aqui, deve a comunidade internacional procurar agir por forma a garantir que Bashar al-Assad não sai impune, embora o Direito Internacional e as suas organizações tenham demonstrado ao longo dos anos a sua incapacidade em responsabilizar eficazmente os responsáveis por crimes contra a humanidade e de fazer chegar a justiça internacional junto de povos que não conhecem tal ideia.

A queda do regime não representa apenas a derrota de Bashar al Assad.........

© Observador


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