Semana de quatro dias ou aumentos salariais?
A semana de cinco dias foi uma das conquistas do 25 de Abril. Nos meses a seguir à revolução, a redução da semana de trabalho foi reivindicada em vários setores, entre eles na administração pública.
Diário Popular, 18-06-74
Passados 50 anos, as revindicações laborais dos trabalhadores do estado – professores, médicos, forças de segurança ou funcionários judiciais – voltaram a fazer manchetes nos jornais. Nos últimos meses tornou-se óbvio o problema em várias áreas do setor público: a remuneração é baixa em relação às condições de trabalho. Ambas se deterioraram nos últimos anos, criando um problema sistémico na área de recursos humanos, com vários profissionais a abandonar a carreira e dificuldades na renovação da força de trabalho. Este problema, com impactos evidentes na prestação de serviços públicos, é reconhecido por todos os partidos e a solução parece consensual – um aumento generalizado dos salários.
Quais os aumentos necessários para pacificar estas ocupações? 5%, 10%, 15%? E quanto vai custar aos contribuintes? Aumentos de salários são a forma mais fácil e imediata de resolver problemas pontuais de recursos humanos, mas quando o problema é sistémico, existem melhores formas de valorizar os empregos. E se voltássemos a equacionar a redução da semana de trabalho na função pública?
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A atratividade de um emprego aumenta quando se melhoram os horários de trabalho. Engane-se quem pensa que os médicos trabalham 35 horas por semana. Os médicos internos realizam 240 horas extraordinárias não remuneradas por ano e um terço faz turnos de 24 horas. As consequências são........
© Observador
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