A virtude das ações aborrecidas em tempos aborrecidos
As ações mais seguras (as “aborrecidas”) parecem ser bons investimentos, em média, e ainda mais em tempos “aborrecidos”. Num estudo publicado este ano no Journal of Financial Economics, uma publicação de topo em Finanças, coautorado por Andrew Detzel da Baylor University (EUA), Paulo Maio da Hanken School of Economics (Finlândia) e por mim próprio, documentamos este padrão e testamos várias explicações. A mais convincente nos nossos testes é a da existência de incentivos perversos no universo da gestão de fundos. Este artigo resume os resultados do estudo.
Uma das relações mais bem estudadas em economia financeira é a relação entre risco e retorno. Em média, classes de ativos mais arriscadas, como ações, têm retornos mais altos do que obrigações ou depósitos a prazo com menor risco. É como deve ser. Porém, a diferença é pequena quando se comparam ações com diferentes níveis de risco. Isso resulta na chamada anomalia de baixo risco pela qual investimentos em ações mais “aborrecidas” têm retornos demasiado altos para o seu risco. Este padrão é um mistério sem nenhuma explicação universalmente aceite e tem sido intensamente estudado e debatido nos últimos 50 anos.
Para contexto, no mercado acionista há empresas com risco baixo,........





















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