Templos, imagens e a emboscada de Aquiles
Os romanos traduziram a palavra grega epifania por inauguratio, pois a pintura romana não representa a cena anterior à sua contemplação: simplesmente a inaugura. No mundo romano, aquele que contempla é semelhante a um áugure que observa o voo dos pássaros no quadro que o lítuo desenhou no ar. Esse quadro no ar em latim chamava-se templum. O que significa, então, exatamente con-templar?
Virando as costas ao Tirreno rumo à Etrúria, passando ao largo de Roma, chegamos a Tarquínia. Uma vez aí, subamos aquelas ruas íngremes, língua de fora, calçado confortável e quase de gatas. Já na parte mais alta dessa pequena cidade, passemos pelo Museu Etrusco e continuemos a subida, até ao cimo da colina. E é então que, como pequenos periscópios espreitando por entre silvas e cardos, começamos a avistar aquelas estranhas tocas para mortos onde D. H. Lawrence desejou vir antes de morrer.
Desçamos a uma dessas tumbas, a chamada Tumba dos Touros, na necrópole de Monterozzi, onde encontramos aquele que, para mim, é o mais belo fresco do mundo antigo. Embora tivesse sido pintado aí, em solo italiano, não é etrusco nem romano, mas grego.
Assim que entramos na cripta, o fresco de Aquiles e Troilo encontra-se, depois de uma dúzia de degraus, mesmo à frente dos nossos olhos. Penetramos a sombra, a humidade, os nossos olhos adaptam-se lentamente ao ar denso e húmido. Erguemos a lanterna nesse ar pesado e sombrio e ei-lo ali, o fresco, mesmo à nossa frente, no centro da câmara funerária. Parece pairar na escuridão, tão claro, incrivelmente belo, em tons de branco e rosa, mais até do que de ocre. É uma das pinturas mais tranquilas do mundo.
É a partir da direita que a........





















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