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O que é isso de “virtue signaling”?

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24.06.2024

O uso da expressão em língua inglesa não é acidental. Como acontece com parte significativa do vocabulário que usamos hoje no espaço público e político, também esta expressão tem de ser considerada a partir do contexto anglo-americano. Com uma ressalva: ao contrário do que acontece com a maioria dos outros termos, ela foi cunhada no espaço britânico, e não no norte-americano. Estávamos em abril de 2015 e o jornalista James Bartholomew notava uma invasão da esfera pública por afirmações que procuravam sinalizar a virtude própria, sem que a elas correspondesse qualquer comportamento virtuoso relevante.

Regressaria, mais tarde, ao tema com a seguinte explicação:

“Durante a pesquisa para o meu último livro, The Welfare State We’re In, apercebi-me de que os vitorianos e os eduardianos davam muito mais dinheiro à caridade do que as pessoas dão atualmente. Era normal, mesmo para as classes trabalhadoras e artesãs, doar até 10% do seu rendimento. Isto em comparação com os donativos atuais de menos de 1% da população. (…) Também consideravam normal tomar conta dos pais idosos e de outros familiares. Comparei-os com pessoas que conheci que se consideravam virtuosas pelo simples facto de votarem Labor de cinco em cinco anos e manifestarem ódio pela direita. Isso não é virtude. É preguiça, presunção e parvoíce.”

O tom pejorativo usado por Bartholomew visava contrapor a sinalização da virtude ao sentido com que, filosoficamente, a virtude sempre foi entendida: “Um dos aspetos cruciais da sinalização da virtude é o facto de não exigir que se faça algo de virtuoso. (…) É apenas uma forma de exibição.”

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De facto, para os antigos, a ideia de sinalizar a virtude era inerentemente preserva. Aristóteles considerava a virtude um hábito, uma disposição para agir corretamente: não dependia das nossas palavras, mas dos nossos atos. E, no Evangelho segundo São Lucas, a parábola que opõe o fariseu ao coletor de impostos avisa-nos contra aquele que se exalta em vez de considerar os seus erros.

Em sentido contrário, o “virtue........

© Observador


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