Da intimidade
Um dos momentos, agora talvez mais esquecido, do processo educativo a norte do país passa pela experiência de visitar os castros, e que é especialmente relevante como tentativa de manter viva a memória coletiva da nossa história. Temos castros em praticamente todos os concelhos minhotos (o Alto Minho oferece mesmo uma rota dos castros) e, conforme vamos descendo no mapa, encontramos povoados maiores, como a Citânia de Briteiros, entre Braga e Guimarães, ou a Cividade de Terroso, na Póvoa de Varzim. Em bom rigor, estas referências geográficas perdem sentido quando pensamos a partir da cultura castreja, que elimina fronteiras tanto a sul, como a norte: é precisamente o que os Sangre Cavallum nos recordam, quando cantam, no seu neofolk das tradições, que o Minho não é uma fronteira.
E o que descobrimos quando procuramos essa Galécia antiga, entre as ruínas de povoados fortificados? Como revela, no seu extenso trabalho, Armando Coelho da Silva, encontramos semelhanças e diferenças. Pensemos, a título de exemplo, na família. Apesar de se tratar de uma cultura fortemente comunitária, os dados arqueológicos permitem dar razão a Aristóteles: a família constituía a base da organização social. A vida castreja assentava em unidades familiares que se organizavam em espaços independentes (até com portões e fechaduras, como se descobriu na Cividade de Terroso), com........
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