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Armemo-nos e ide

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08.04.2024

Reza a História que, ao atingir os 18 anos, os rapazes eram sujeitos a um ritual de emancipação que os tornava cidadãos. Com esse estatuto vinha um conjunto de direitos políticos, nomeadamente de participar no governo da cidade, mas, acima de tudo, resultava dele o dever maior de garantir a defesa da cidade. Na medida em que constituíam pequenas unidades políticas, as cidades da antiguidade estavam sob ameaça constante pelo que a preparação militar e a permanente disponibilidade dos cidadãos para as defender ocupava um lugar central na sua organização. É por essa razão que, no momento de inscrição como cidadãos da cidade, os jovens eram sujeitos a uma espécie de treino militar durante dois anos, período conhecido como efebia. Como nos diz Claude Mossé, em O cidadão na Grécia Antiga:

“Este período de dois anos representava a adaptação às realidades da cidade de antigos rituais de iniciação que faziam passar os efebos da adolescência à condição de cidadãos de pleno direito.”

Falamos de Atenas e do período que designamos como clássico ou democrático. Até lá, as cidades gregas eram fundamentalmente aristocráticas e a defesa comum era garantida por uma aristocracia de guerreiros. O caminho para a igualdade política, o mesmo é dizer, para a democracia, passou pela transformação do exército e a sua abertura a outras classes, como a revolução hoplítica demonstra.

A consideração simplista de que a democracia antiga era lacunar porque excluía as mulheres, os escravos e os estrangeiros da cidadania esquece este aspeto fundamental e que........

© Observador


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