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Havemos de ir a Viana

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16.08.2024

Quando somos jovens, numa cidade onde chamar hora de ponta a qualquer maior fluxo de trânsito é uma clara hipérbole, a Romaria é o nosso festival de verão. Nele não há grandes artistas convidados. É um fado que leva as multidões ao rubro, enquanto o cantam em uníssono. Não há cabeças de cartaz, nem novidades de edição em edição. E isso acontece porque a Romaria é a cidade. Uma cidade subversiva, que soube transformar um lugar antigamente periférico e destinado ao enforcamento dos condenados – é precisamente nesse lugar que, hoje, se situa o Santuário da Senhora da Agonia – no centro de uma festa sem vencedores, nem vencidos, sem donos, nem escravos.

A Romaria da Senhora da Agonia não é religiosa, nem é profana – se estas categorias ainda são sequer operativas. É outra coisa. Tem um só coração. Vive numa tessitura onde essas divisões não fazem qualquer sentido, porque só quando somos........

© Observador


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