Blasfémias a mais. Perguntas a menos.
Há algo bom em escrever à sexta-feira. É verdade que, muitas vezes, não se acrescenta nada às polémicas da semana, mas, aqui chegados, os ataques mais violentos e os argumentos mais lógicos sobre qualquer assunto já foram apresentados. Por isso, ser carro vassoura, mesmo que o tema seja a cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos, também tem aspetos positivos.
Neste, como noutros casos, parece-me que a postura mais acertada a tomar é fazer perguntas. Há demasiadas afirmações fechadas, juízos definitivos e certezas consolidadas. Mas, também considero que é importante não desfazer argumentos na análise de uma só situação específica, para não correr o risco de acabarmos numa discussão de surdos.
O primeiro bloco de perguntas necessárias prende-se com o seguinte: tem existido – e parece-me que justamente – uma crítica à cultura de cancelamento e de vigilância da linguagem, que tem tentando postular as regras de um pretenso “discurso de ódio”. De que forma é que a exigência de reparações e pedidos de desculpas por uma ofensa ocorrida na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos é, ou não, entrar no mesmo caminho que se tem vindo a........
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