O Cónego Jeremias e o voto em consciência
Apesar da sua idade avançada, o Cónego Jeremias gosta de estar a par da actualidade. Se, no cenário internacional, sofre com as guerras na Ucrânia e na Terra Santa, a nível nacional, são as próximas eleições legislativas que mais o preocupam.
– Bom dia, Senhor Cónego! Que me diz destas eleições?
– Se quer que lhe diga, não estou entusiasmado com o panorama: os candidatos são, em geral, fracos e os debates pouco esclarecedores. É tudo mais do mesmo!
– Mas vamos ter uma nova Assembleia da República e um novo governo.
– Sem dúvida e há esperança de que as mudanças sejam para melhor.
– Como sabe, a Conferência Episcopal Portuguesa emitiu um comunicado sobre as próximas eleições …
– Sim, mas não teve impacto na comunicação social, nem na opinião pública. Temo que a irrelevância mediática da Igreja Católica, cuja voz quase não é tida nem achada, seja uma consequência da pandemia, quando o Estado se habituou a mandar na Igreja!
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– Com efeito, até a Direcção-Geral da Saúde publicou uma nota sobre o modo como os fiéis deviam comungar! Um total desrespeito pela independência e autonomia da Igreja numa questão fundamental, que é da exclusiva competência das autoridades eclesiais!
– Pois foi: o Estado mandou e a Igreja obedeceu, numa gritante violação dos direitos, liberdades e garantias constitucionais, bem como da lei da liberdade religiosa. Criou-se um perigoso precedente, de que agora estamos a sofrer as consequências.
– E o Senhor Cónego acha que a Igreja deveria alertar os fiéis para alguns temas a ter em conta nas próximas eleições legislativas?
– Pois........© Observador
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