menu_open Columnists
We use cookies to provide some features and experiences in QOSHE

More information  .  Close

A Estratégia de Segurança Nacional de Trump

7 9
15.12.2025

Foi com uma mistura de surpresa, indignação e apreensão que a Europa política, reagiu à publicação da Estratégia de Segurança Nacional dos EUA. As três páginas que o documento dedica à “questão europeia” foram as que mais deram que falar. Mas, comparando com a Estratégia de Trump de 2017, não se pode dizer que haja ali, na substância, grandes novidades. Ou já nos esquecemos da razão por que, na Europa da época, foi tudo a correr para a “Cooperação Estruturada Permanente”, que acabou por se revelar, na melhor das hipóteses, uma ilusão, e, na pior, um embuste? Fora a diferença cronológica, a grande inovação conceptual da geoestratégia trumpista está noutro aspecto. Refiro-me ao “corolário Trump” da ressuscitada Doutrina Monroe.

Em 1823, a jovem república americana ainda lambia as feridas de uma humilhante guerra com o império britânico que vira as tropas inglesas incendiarem a cidade de Washington, incluindo a residência do chefe do Estado. O Secretário de Estado de então, James Monroe, tornara-se, entretanto, Presidente da União e enviava a sua mensagem anual ao Congresso. Lá pelo meio do texto, expunha uma novíssima e atrevida estratégia americana. Saída da cabeça do seu Secretário de Estado, e futuro Presidente, John Quincy Adams, não se tornou imediatamente “doutrina” do Estado americano. Mesmo nas décadas seguintes, as tentativas no Congresso para operar tal promoção foram sempre derrotadas. A América era ainda uma pequena e frágil república de cariz agrário; era o império britânico quem mandava nos dois oceanos. Contudo, nada fez mais por delinear um lugar geopolítico no mundo para os EUA do que essas linhas. Foi a explicitação da vontade de construir, mais do que uma “esfera de influência”, uma hegemonia e um império.

No seu enunciado, o que viria........

© Observador