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Ele, eles

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06.11.2025

Sem sombra de metoo em mente e inspirada pelas últimas eleições autárquicas cujo espírito “familiar” com que decorreram me foi especialmente sensível, veio-me à mente a pronominalização usada para as terceiras pessoas que temos o privilégio de eleger. Devo desde já declarar o meu particular apreço pelo desempenho, no discurso como na vida, das sobreditas terceiras pessoas. Vivem desse posicionamento, quer no relato, quer assumindo ou endossando uma mensagem, quer como alvo de apreciação enquanto defensores de opinião, intenções e ambições. Candidatam-se, no trâmite eleitoral, a sujeitos ativos de uma política de gestão regional, mais concretamente municipal, afinadamente mobilizadora de vontades pessoais para pessoas concretas. São todo um paradigma – ele/a, eles/as – que fala e de quem se fala, para desenvolvimento duma relação que diria, como acima, ‘familiar’, pela proximidade e pelo empenho.

Certo é, no entanto, que estas eleições são políticas – e a Política é um palco de ação e exposição dos ele(s)/ela(s) que se apresentem como agentes de progresso (qual ele seja), compromisso ativo (qual seja o seu sinal), salvação e solução referidos ao acontecer da Polis.

A ascensão ao palco autárquico – tanto como a qualquer outro – não se faz anonimamente: há caras (e pretende-se até que corações…), há mensagens, frases-flash, arruadas, entrevistas biográfico-exploratórias, há, para cada um, um retrato a desvelar. Ele(s)/ela(s) passam a ser, em sentido alargado e efetivo, sujeitos determinantes (e determinados) do poder local.

Gostei de ler, nesta perspetiva, o assinado por Pedro Norton: ”É de facto, a nível local que se experimenta de........

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