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A aprendizagem da eficácia e outras notas

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yesterday

1 Tenho reparado na quantidade de vezes que o adjectivo “eficaz” é empregue a propósito de André Ventura. O líder do Chega – dizem – tem sido “eficaz” nos debates televisivos; eu tropeço na palavra mas percebo-a: está mais à mão, é um meio expedito para abrigar simultaneamente o ruído, as más maneiras, a interrupção compulsiva, uma loquacidade sem travões, o estafado uso de apenas três-temas-três, o estafante abuso do insulto como argumento.

E com isto da “eficácia” sai um dois-em-um: não encoraja uma análise, falseia a natureza de um político. Foi uma escolha: sabe-se, é verdade, que há um milhão e meio de portugueses que rejubilam com esta “eficácia”, a querem ampliada e a escolheram para porto de abrigo do seu, digamos, inconforto, com a pátria. E Ventura – que não brinca em serviço – acode ao inconforto, chocando, insultando e escarnecendo, no exclusivo papel que escolheu para si no teatro das presidenciais: este mesmo. Temos de nos habituar.

Julgo porém que será mais proveitoso – para todos de resto – começar a tomar boa nota da (definitiva?) convicção de gente séria e gente boa – conheço alguma – que acredita com a sua melhor boa fé que só Ventura se dispôs, “haja o que houver”, a protagonizar uma mudança que estava já inscrita no vento e no tempo. Estava a caminho. Só falta “instalá-la”. Nesse sentido não se pode estranhar que contemporizem tão bem com o “instalador”: para os “seus”, ainda mais que “instalador”, o líder do Chega é o general salvador que os vai retirar da zona do “atoleiro” com o qual confundem o país, içando-os do covil dos “ladrões e corruptos, e levando-os para a terra prometida.

Ou seja: só com a devolução do insulto a Ventura de cada vez que ele........

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