Mouraria: o medo veio de fora
Imigração, insegurança, criminalidade e bairros antigos do centro de Lisboa. Eis o assunto, proibido pela esquerda até ser promovido pela esquerda, com o estrépito correspondente, numa notícia na semana passada. O Presidente da Junta de Santa Maria Maior decidiu denunciar agressões, homicídios, uma tentativa de violação, e um sentimento generalizado de medo na freguesia que ele governa. Organizou uma reunião aberta para os moradores se queixarem e para chamar a atenção dos jornais. Conseguiu. Miguel Coelho, presidente desta Junta e personagem com pergaminhos no PS, insistiu em que “nada tem a ver com etnias nem com orientações sexuais”. Não se percebe o que fazem aqui as “orientações sexuais”, suponho que os clichés saiam encadeados de esguicho, como respostas litúrgicas, das bocas devotas dos fiéis do beatismo woke. Quanto às etnias, houve durante a reunião no Hotel Mundial moradores trazidos pela própria Junta que viam as coisas de outra maneira. Mas Miguel Coelho não queria que se fizesse o “aproveitamento político”, nem alimentar a retórica “anti-imigração”.
Vou contrariar o Presidente da Junta. Não para dizer que a culpa é toda da imigração, como ele gostava que dissesse; mas para reconhecer que a........
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