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Bairro das Estacas: antifascismo retroactivo

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21.03.2024

Admito que possa acontecer, mas é raro ver a esquerda portuguesa abdicar de uma ocasião para exibir a sua espantosa idiotia. O Bairro das Estacas, em Lisboa, não foi uma dessas raridades. Falei dele como exemplo de como se pode construir mais barato e com boa qualidade. Ou melhor, pode, mas não pode, porque as regras não deixam. Hoje usarei o mesmo bairro como exemplo da relação entre arquitectura e política, de como as correntes da arquitectura se podem tornar mais adequadas a uns regimes do que a outros, e de como os estados totalitários se serviram da arquitectura modernista. O Bairro das Estacas, de promoção pública estatal, foi baptizado naquela altura como Bairro de Habitações Económicas de São João de Deus, ou Célula 8 do Plano de Alvalade, de Faria da Costa. Procurava aplicar os cânones do modernismo, concretamente os cinco pontos da Nova Arquitectura estabelecidos por Le Corbusier: planta livre (solta do esqueleto da estrutura; as paredes deixam de servir para segurar o edifício); fachada livre (igualmente solta do esqueleto, e sem qualquer função estrutural; o desenho da fachada pode assim ser desenhado sem constrangimentos); pilotis (os edifícios são assentes........

© Observador


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