A verdade e a política
1 O título parece clássico, e é, de facto, mas nem por isso deixa de ser actual.
A verdade é um conceito muito complexo. Não quero estar a maçar os leitores com incursões filosóficas mas elas são necessárias. Para Sócrates a verdade consistia no perguntar pelos fundamentos das normas e costumes estabelecidos, de modo a evidenciar que muitos deles eram supérfluos e até falsos. Acabou mal, como se sabe. Veremos já que esta posição é hoje mais do que actual porque a verdade não é abstracta mas vive da relação que através dela os homens podem estabelecer. Para Platão, pelo contrário, a verdade nada tinha de humano. Era uma ideia que preexistia às coisas, estas mera imitação imperfeita dela. A ideia, pelo contrário, era eterna e perfeita. A matemática era o seu exemplo. O idealismo platónico continua hoje muito presente e onde menos se espera. Partidos há que professam uma ideia abstracta da luta de classes e afirmam convictamente que ela continua mais acesa do que nunca, que os ricos estão cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres, que a capilaridade social não existe e que o capitalismo está prestes a cair e que lhe sucederá a perfeição. A realidade é imperfeita e, portanto, não interessa. O que importa é honrar a perfeição da ideia. Não é mentira, é idealismo.
Aristóteles optou por uma posição um pouco mais realista. Não se limitou a contemplar extasiado a ideia. Apenas disse que a verdade devia partir de princípios sólidos e deduzir consequências lógicas (analíticas) a partir daí. O outro........





















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