A quimera do investimento público sem custo
O investimento público suscita sempre sentimentos contraditórios na nossa classe política pois são importantes para difundir a esperança ou ilusão nos cidadãos sobre a melhoria da sua vida futura mas, pelo contrário, tendem a implicar reduzir despesas públicas de funcionamento as quais também são essenciais para manter as suas clientelas em melhores condições. Talvez esta contradição explique a doença polar alternando estados de euforia sobre nova onda de mega-investimentos públicos tal como aconteceu em 1995 e 2005 contrastando com estados de depressão (tanga ou banca rota) ocorridos em 2002 e 2011 pelo que será previsível em 2024/5 regressarmos à euforia se admitirmos que esta doença bipolar é estável.
Nos períodos de euforia importa que ninguém discuta prioridades e a própria comunicação social costuma contribuir para esse silêncio. Convém notar que o impacto comunicacional destas iniciativas implica o prefixo Mega independentemente do setor, exemplificando-se com a Mega nova ponte rodoferroviária, o Mega novo hospital de Lisboa, a Mega nova rede do TGV, o Mega-Hub aeroportuário, nova Mega rede de estádios, e assim sucessivamente. Recordo-me de autarca que me dizia não ter dignidade ir inaugurar nova estrada se não........
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