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A nódoa na democracia de Lisboa

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16.11.2025

Quando nos dizem que a História é cíclica, verificamos que os ciclos afundam-se no esquecimento, porque geralmente são longos.

Porém o que se passou na eleição da Mesa da Assembleia Municipal de Lisboa, transporta-nos para um passado muito recente, sinal de uma repetição de um ciclo muito mais curto, reveladora de um desespero democrático.

Em 2015 Pedro Passos Coelho ganhou as eleições legislativas, ainda que sem maioria. A tradição que a liberdade de abril consolidou na democracia de novembro, era de que os partidos aceitavam que a força mais votada, formaria governo.

E nesses anos, na negação da rejeição dos portugueses da liderança socialista, a esquerda radical inventou uma nova tradição: mesmo que os outros ganhem a esquerda une-se para mudar as tradições.

Dez anos depois, o PS voltou a repetir o exercício, porém alicerçado na convicção que o Bloco de Esquerda é mais aceitável na democracia que o Chega atual.

E sejamos claros, o PS não caiu na esquerda por ingenuidade, mas por escolha estratégica.

Há momentos na vida pública em que o observador atento não pode deixar de franzir o sobrolho, como quem encontra uma nódoa teimosa no linho novo.

E Lisboa, sempre paciente e cortês, viu-se agora confrontada com uma dessas........

© Observador