“Não há feminismo sem prostitutas”
Algo de extraordinário ocorreu recentemente nas Nações Unidas. E não1, não foi a eleição do Irão para presidir ao Conselho de Direitos Humanos em 2023. Nem sequer múltiplos funcionários da sua agência local terem participado no subsequente ataque terrorista de 7 de Outubro. Ou a ONU, cumprindo a sua missão sob a liderança do dr. Guterres, ter contribuído decisivamente para o clima de paz e tranquilidade que atualmente permeiam as relações internacionais.
Foi a publicação de um relatório, na sessão do Conselho dos Direitos Humanos presentemente a decorrer, que caracteriza a prostituição2 como um sistema de exploração e abuso que “reduz mulheres e raparigas a mera mercadoria” e “dificulta a sua capacidade de alcançar verdadeira igualdade” (p.7, enfase acrescentada). E que, adicionando injuria a insulto propõe, com base nesta avaliação, a abolição desse comércio3. Além disso, equipara a pornografia a “uma forma de prostituição” (p.19), frisa a forte relação entre as duas e, argumentando que são atividades que surgem de fragilidades, são concomitantes com violência, e degradam a dignidade das mulheres, pede aos países membros a sua proibição & criminalização da sua posse e produção.
Além disso, recusa o uso do termo “sex work” que acusa “apresentar erroneamente a prostituição........
© Observador
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