Costa, o pior PM do Portugal democrático
2023 terminou com a demissão de António Costa, após oito anos de governação como Primeiro-Ministro.
Verificando-se o facto de Costa ser o segundo Primeiro-Ministro com maior longevidade no exercício do cargo; ao facto de ser o político com maior experiência no pós 25 de abril, das condições extraordinárias que dispôs, e tendo em conta o legado por si deixado, apenas podemos concluir que Costa foi o pior Primeiro-Ministro do Portugal Democrático.
Há mais de 40 anos que Costa percorre os corredores do poder.
De Deputado Municipal a Primeiro-Ministro, António Costa exerceu praticamente todos os cargos políticos possíveis (Secretário de Estado, Ministro e Presidente da Câmara Municipal de Lisboa), tendo ainda exercido o cargo de Deputado e Vice-Presidente no Parlamento Europeu.
Tendo enorme experiência política como se justifica um legado tão mau ao fim de oito anos de governação?
Dizia Sá Carneiro, no que deveria ser princípio da ética na governação política, que: “Primeiro Portugal; depois, o Partido; e por fim, a circunstância pessoal de cada um de nós”. Ora, António Costa foi justamente a antítese desta linha orientadora para a boa governação.
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A humilhação na derrota em 2015 frente a Pedro Passos Coelho – após quatro anos de ajustamentos, fruto da bancarrota legada por Sócrates, do qual Costa foi Ministro –, terá sido o pior momento na vida política de António Costa, pois seria expectável que os desgastes provocados pelas medidas do governo anterior dessem lugar a novo governo. Mas não.
E o que é que António Costa fez?
Ferido no seu ego, e com única intenção de salvar a carreira política, junta-se a partidos radicais da esquerda para obter maioria parlamentar e ser Primeiro-Ministro. Remete para o caixote de lixo todo e qualquer princípio de honorabilidade política, abrindo um novo paradigma na política portuguesa. Já não basta ser o primeiro. Já não basta ser o mais votado. Ou se tem maioria política, ou se é obrigado a juntar-se a partidos radicais para ser governo.
Não colocando em causa a legitimidade constitucional para o efeito – porque essa é a realidade em muitas democracias europeias – o problema reside na caixa de Pandora que abriu, onde a perpetuação do Partido Socialista no poder paira no horizonte, se estudarmos sociologicamente o eleitorado português: idoso, pobre e muitos dependentes da administração publica.
Se a coligação PaF havia vencido as eleições, após quatro anos de ajustamento, imagine-se a governar o país em condições de normalidade, perante um período de conjuntura económica externa mais favorável que qualquer governo poderia desejar. Costa não o permitiu.
Preferiu transformar o país num jardim de infância a céu aberto com o advento da geringonça. E Costa nunca foi responsabilizado por isto. Pela oportunidade perdida.
Verificado que está que o advento da geringonça não foi mais do que a salvação da carreira política de António Costa, importa desconstruir a tese de que esta foi boa para Portugal e para os portugueses.
A realidade é que na primeira oportunidade António Costa descartou-se dos seus então “compaignes de route”. Se a geringonça foi profícua porque é que não assistimos à sua reedição nas legislativas de 2019?
O facto é que 2 anos volvidos, o governo de António Costa vê o seu orçamento chumbado por um dos seus então companheiros da TROIKA, levando o país a novas eleições. Foram tudo menos anos de estabilidade nos bastidores, ao contrário do que António Costa vem agora afirmar.
Pelo menos, a estabilidade desejada por Costa, sem o peso das exigências de Bloco e Partido Comunista. Exigências que ditaram o revanchismo a que assistimos durante os primeiros anos da governação da........
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