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Uma desgraça

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07.10.2025

O Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa discursou na Assembleia Geral das Nações Unidas. Não foi bem um discurso. Tratou-se antes de uma acção de campanha eleitoral. Portugal candidatou-se a um mandato de membro não permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Bem ensaiado, Marcelo desfiou o rosário das qualidades portuguesas. Enalteceu as capacidades de diálogo, louvou a prática da mediação, gabou a construção de pontes entre culturas e povos, teceu loas ao multilateralismo e, nunca pode faltar, falou do mar. De caminho, picou o ponto quanto à língua, referiu a CPLP e anexou a América Latina, de que, garantiu no seu tão querido nível dos afectos, nos sentimos irmãos. Vulpino, falou ainda dos impérios e da sua efemeridade, e bateu no peito e especificou apenas os coloniais e europeus; discretamente, para os destinatários acolherem com ingenuidade natural e inclinação benevolente a confissão do mal, julgando-se inocentes – lisonja bem arrebicada. A todos se deu, à espera da paga em votos.

Fez praça do dom de línguas........

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